JAZZ - A MÚSICA DA EMOÇÃO

por Cássio Laranja
 

JAZZ. Tentar encontrar qualquer definição desse gênero musical pode possibilitar uma viagem única, mágica e absolutamente emocional. No meu caso particular, já são mais de 20 anos na busca do roteiro ideal que se traduz em programas de rádio, produção de shows, pesquisas incansáveis, além do raro prazer de ver, ouvir, sentir e respirar o que considero a música da emoção.

O Jazz, pode ser considerado tudo isso, ou simplesmente aquilo. Pouco importa a definição. O que pode ser sentido é muito mais amplo, indescritível e infindável. Cada um, na magnitude da sua identidade pessoal, pode experimentar suas inúmeras possibilidades. Uma sensação única, que pode e deve ser dividida.

Seu nascimento se deu da união dos opostos. A cultura africana (instintiva e intuitiva) encontrou-se com a européia (racional e emocional) de forma mágica e perfeita. Às margens do rio Mississipi, em Nova Orleans, nos Estados Unidos, os negros (que eram proibidos de executar suas músicas), passaram a cantar e tocar a música dos brancos.

Sem perder, é claro, as regras da sua tradição cultural. Dessa alquimia de culturas e raças originou uma musicalidade diferente, absurdamente completa e sempre renovada.

Sabe-se que a 1a.apresentação de Jazz noticiada em Santos realizou-se no ano de 1918, na mesma época do 1o. concerto de uma “jazz band” em Paris. Portanto, Santos foi uma das primeiras cidades do mundo, a receber os acordes do jazz.

Harry Kosarin, músico internacional e sua “jazz band” se apresentaram no “Miramar” (espaço cultural da época aberto ao público de 1892/1934 – que situava-se na esquina da atual Av. Bartolomeu de Gusmão com a Av. Conselheiro Nébias).

Depois disso temos notícia de vários movimentos, “jam sessions” e reuniões culturais que eram realizadas nas casas patriculares, intecâmbio de discos e programas de jazz apresentados nas rádios da cidade.

Em 1956, foi fundado o Jazz Clube de Santos que reuniu um grupo de amigos, de uma forma mais organizada. Depois de uma parada na metade da década de 60 o clube foi reorganizado em 1987, mantendo suas atividades até o ano de 1990.

O Jazz ganhou formas e vertentes. Dixieland, Swing, Bebop, Cool Jazz, Free Jazz, Mainstream Jazz, Modern Jazz e tantas outras. Lançou ídolos como Louis Armstrong, Glenn Miller, Count Basie, Duke Ellington, Diizy Gillespie, Charlie Parker, Chet Baker, Miles Davis, Ella Fitzgerald, Billie Holiday, Sarah Vaughan, Tony Bennett, Frank Sinatra, George Benson, John Pizzarelli, Diana Krall e tantos outros. Buscar a preservação da cultura universal é, de certa forma ajudar a preservar a própria espécie humana.

Entendo que a música é uma das formas mais ricas e intensas formas de comunicação humana. O Jazz, em particular, dadas suas origens, sua dissiminação e suas variedades, adquiriu características de música universal. Suas influências podem ser sentidas em vários gêneros musicais (Choro, Bossa Nova, MPB por exemplo), assim como ele vem sendo influenciado por músicos e músicas de várias origens.

Estudar e incentivar esse fenômeno é preciso. Daí nasce todo o esforço para oferecer a boa música, sem fronteiras, cujas origens são importantes e entrelaçadas, mas cuja preservação para as gerações futuras é muito importante.

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