Zimbo Trio

Zimbo Trio
Amilton Godoy (piano), Luiz Chaves (contrabaixo) e Rubinho Barsotti (bateria) fizeram parte da formação original do Zimbo Trio, formado em 1964 em São Paulo, e que se tornou uma das maiores instituições da nossa música.
Digno representante paulistano do samba jazz, surgido na fase áurea da Bossa Nova e que conseguiu unir a MPB ao Jazz, está ativo até os dias de hoje, com uma formação diferente, mas ainda sob a batuta do criativo Amilton Godoy. 
São quase cinqüenta anos de excelentes serviços prestados a boa música, mais de cinqüenta discos lançados, reconhecimento mundial, excursões de sucesso por diversos países dos cinco continentes, levando sempre na bagagem a música instrumental brasileira.
O Zimbo Trio na sua trajetória se caracterizou por apresentar uma sonoridade diferente, qualificada e de vanguarda, traduzidos nos seus arranjos sempre surpreendentes.
Recentemente o selo Discobertas, dirigido pelo pesquisador Marcelo Fróes, lançou um box sensacional com os seis primeiros discos gravados do Zimbo Trio, editados na época pela gravadora RGE, no período de 1964 e 1969.
São eles: Zimbo Trio (1964), Zimbo Trio Volume 2 (1965), Zimbo Trio Volume 3 (1966), É Tempo de Samba – Zimbo Trio + Cordas (1967), Zimbo Trio + Cordas Volume 2 (1968) e Decisão – Zimbo Trio + Metais (1969).
Verdadeiras jóias raras que agora estão à disposição de todos, totalmente remasterizados e que foram relançados com suas capas originais. Mais que um documento, um projeto que resgata um dos períodos mais importantes da história do grupo e da nossa música.
Não é preciso nem dizer que o repertório contido nos seis discos está recheado de tesouros, revelando com detalhes, todas as possibilidades sonoras alcançadas, inclusive com o acréscimo das cordas e dos metais.
E por todas estas características, podemos dizer que o Zimbo Trio conseguiu atingir o ambicioso objetivo de fazer música de brasileira de qualidade, com toques de modernidade e sofisticação, muito além de ser um simples trio de acompanhamento ou aquele trio que escutamos para fazer a trilha de uma noite.  
Um dos fatos mais marcantes do trio foi a participação como banda fixa do programa “O Fino da Bossa” da TV Record (1965), apresentado por Jair Rodrigues e Elis Regina e que na época divulgava os novos talentos da música.
Fora dos palcos, o Zimbo Trio realizou uma dos maiores legados de sua vitoriosa carreira, quando em 1973, fundou em São Paulo o Centro Livre de Aprendizagem Musical – CLAM, que foi e é ainda hoje, responsável pela formação musical de diversas gerações de músicos. Uma das mais conhecidas alunas do CLAM é a genial pianista e cantora Eliane Elias, que está radicada nos Estados Unidos há muitos anos e que sempre que pode divulga com orgulho e reconhecimento, a excelente formação musical que recebeu da escola do Zimbo Trio.
E para encerrar, uma curiosidade: o termo Zimbo significa boa sorte, felicidade e sucesso. Ingredientes fundamentais que o Zimbo Trio conseguiu ter em sua bela trajetória musical. Com merecimento e muito talento.
 

 

Gerry Mulligan & Jane Duboc – “Paraíso”

 

Talvez você não saiba que a experiente e talentosa cantora paraense Jane Duboc participou com grande destaque de um trabalho em parceria com o lendário saxofonista americano barítono Gerry Mulligan no ano de 1993, para o selo Telarc, com o melhor do Jazz Brasil. 
Explicando melhor, trata-se do encontro mágico do Jazz (com seu improviso peculiar, sempre único e surpreendente) com a levada do Brasil (com seu balanço, criatividade e suingue incomparáveis). A mistura destes ritmos ficou perfeita e talvez por isso o nome do disco “Paraíso”, me parece perfeito para o trabalho.
Na época da gravação do disco três anos antes do seu falecimento, Gerry Mulligan (que emprestou seu talento ao Cool Jazz, West Coast e Bossa Nova) estava com o sopro em plena forma e encontrou a cantora Jane Duboc, também muito inspirada, apresentando solos vocais simplesmente sensacionais.
Além dos dois, destaque para as participações de Emanuel Moreira na guitarra, Leo Traversa e Rogerio Maio no contrabaixo, Clifford Korman e Charlie Ernst no piano, Duduka da Fonseca e Peter Grant na bateria e também Norberto Goldberg e Valtinho Anastácio na percussão. Um verdadeiro timaço Made in USA/Brasil.
Meus temas preferidos são as releituras de “Tarde em Itapoan” (sublime e emocionante), “Amor em Paz” e “Wave”. E também as composições da dupla Mulligan e Duboc, compostas especialmente para o projeto, “Paraíso”, “No Rio”, “Sob a Estrela” e “Bordado”. Não poderia deixar de citar também “Tema pra Jobim”, grande homenagem feita pelo saxofonista ao seu grande amigo de tantos anos, Tom Jobim.  
Um grande e marcante momento na carreira de ambos. Vale à pena conferir.
 

 

 

 

The New George Shearing Quintet – “That Shearing Sound”

 

Sempre fui admirador da sonoridade do quinteto do pianista inglês radicado nos EUA desde o ano de 1947. Cego de nascença, ele começou a tocar piano ainda bem pequeno com três anos de idade e foi muito influenciado por Teddy Wilson e Fats Waller.
Criou em 1949 a primeira formação de seu renomado quinteto formado pelos instrumentos piano, guitarra, vibrafone, contrabaixo e bateria. Com este formato se apresentou até 1967, com vários integrantes e depois partiu para outros projetos e formações diversas. Sempre com qualidade e competência.
Em 1994 para o selo Telarc, resolveu relembrar os bons e velhos tempos do seu renomado quinteto, que deixou muitas marcas positivas na sua carreira e reuniu em estúdio, Louis Stewart na guitarra, Neil Swainson no contrbaixo, Steve Nelson no vibrafone e Dennis Mackrell na bateria.
Não poderiam faltar suas composições “Lullaby Of Birdland”, “Consternation” e “Conception”. E mais, “East Of The Sun” (meu tema preferido), e também “I’ll Never Smile Again”, “Girl Talk”, “Autumn Serenade”, “Strollin’” e “Stars In My Eyes”. 
Shearing sempre tocou com muito prazer sua música e talvez por isso seja um dos meus pianistas favoritos. E a partir da sonoridade do seu quinteto, comecei a pesquisar mais seus outros trabalhos. Sempre impecáveis.
 

Postado em: 24/12/2012

 


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