VINICIUS DE MORAES – 100 ANOS

VINICIUS DE MORAES – 100 ANOS

VINICIUS DE MORAES – 100 ANOS 

Finalmente o dia 19 de outubro de 2013 chegou e com ele, o dia que marca o centenário de nascimento de uma das figuras mais importantes da nossa música: Vinicius de Moraes, diplomata, poeta, jornalista, músico, escritor, boêmio (sempre estava acompanhado de um copo de whisky) e casamenteiro profissional (casou-se por apenas 9 vezes).
Tom Jobim, seu grande amigo e parceiro, o chamava simplesmente de “poetinha” e o genial poeta Carlos Drummond de Andrade dizia: “Vinicius é o único poeta brasileiro que ousou viver sob o signo da paixão. Quer dizer, poesia em estado natural”.
Gosto muito de um de seus poemas, intitulado de “Poema de Natal”: “Para isso fomos feitos: Para lembrar e ser lembrados. Para chorar e fazer chorar”. Vinicius nasceu para a vida e deixou um legado imenso, seja na literatura, no cinema, no teatro e principalmente na música.
Seus grandes parceiros: Tom Jobim, Toquinho, João Gilberto, Baden Powell, Chico Buarque e Carlos Lyra. Um time de grandes amigos e cúmplices, que dividiram com ele fases importantes da sua vida.
Para você ter uma ideia da sua importância, suas músicas estão sempre no ranking das canções mais executadas e gravadas de todos os tempos. Seguem algumas: “Garota de Ipanema”, “Chega de Saudade”, “Eu Sei Que Vou Te Amar”, “Tarde em Itapoã”, “Aquarela”, “Insensatez”, “Lamentos”, “Berimbau”, “Água de Beber” e “Regra Três” são apenas 10 bons exemplos. A lista é imensa, que prova sua genialidade.
O violonista e cantor Toquinho, um de seus parceiros mais marcantes e produtivos, com quem dividiu mais de 100 composições, afirma: “Minha parceria com Vinicius se desenvolveu envolta numa grande amizade. Desde logo percebemos que gostávamos das mesmas coisas e que fazer música era, acima de tudo, um divertimento responsável. Mesmo assim, a música nascia como complemento da própria vida. O mais importante era viver, saborear os momentos que a amizade proporcionava”. Que possamos aprender com estas sábias palavras.
E perguntado qual o poema mais marcante de Vinicius, Toquinho responde: “Pela importância e popularidade atingida, eu escolho o Soneto de Fidelidade”.
E o “Soneto de Fidelidade”, eleito por Toquinho, é realmente imbatível e na sua parte final diz: “Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure”. Talvez esteja aí a mais perfeita tradução do que é o Amor, complexo, fascinante, cheio de surpresas e que nos motiva sempre a seguir em frente.
A Rádio Jornal da Orla/Digital Jazz presta uma singela homenagem a este personagem tão importante da nossa cultura. Parabéns, eterno Vinicius de Moraes, um inspirado artista, popular e erudito.

 
 

 

Hercules Gomes – “A Música Transformando Vidas”

Conheci o pianista Hercules Gomes como integrante do trio do guitarrista e cantor de Jazz paulistano Ricardo Baldacci e tenho que confessar que não fazia ideia da bela e exemplar história de vida deste músico talentoso.
Ele esteve em Santos para uma apresentação no Sesc Santos no ano passado, quando a Rádio Jornal da Orla/Digital Jazz comemorou o seu primeiro aniversário e, logo ao ouvir os primeiros acordes tocados por ele, senti imediatamente que ali estava um músico diferenciado.
Ele nasceu na periferia de Vitória/ES e ainda jovem saiu de casa, decidido a estudar música em São Paulo.
Decidiu prestar vestibular para cursar música na Unicamp e não preciso nem dizer que ele teve que vencer inúmeras barreiras, superando medos e deficiências, para poder realizar seu grande sonho de menino.
Vivia apenas com uma pequena quantia que a mãe lhe mandava de Vitória, somados aos valores que ele recebia de uma bolsa transporte e do seu vale alimentação. Era o que ele tinha para sobreviver.
O professor Silvio Barone o ensinou a escutar os grandes mestres e criou nele o hábito de ser o primeiro a chegar e o último a sair da Universidade para poder tocar piano. E o piano da Universidade era o único que ele tinha para poder estudar.
Superou todas as dificuldades e venceu na vida, como músico, sim, como músico.
Na carreira, já se apresentou em diversos festivais no Brasil e no exterior e ganhou vários prêmios. Em abril do ano passado, venceu a 11ª. Edição do Prêmio Nabor Pires Camargo, na categoria Instrumentista, que lhe abriu muitas portas.
Aqui mais um grande exemplo do poder transformador da música.


 

 

Hercules Gomes – “Pianismo”

Seu disco de estreia foi gravado corajosamente no formato piano solo, trazendo nítidas e marcantes influências dos ritmos brasileiros, mesclados harmonicamente com citações sutis do Jazz e da música erudita.
O CD foi concebido graças ao seu grande esforço pessoal e contou com a ajuda do Proac, programa de subsídio cultural do governo do Estado de São Paulo.
Além do refinado conteúdo musical, o trabalho também se destaca pelo belo projeto gráfico e pelas fotos incríveis, assinadas pela cantora e fotógrafa Dani Gurgel.
O repertório apresenta 12 faixas, 6 autorais e 6 de compositores famosos como Edu Lobo e Paulo César Pinheiro, Hermeto Pascoal, Radamés Gnatalli, Ernesto Nazareth e Hubaldo entre outros. Ecletismo puro.
Destaco as autorais “Platônica”, “Helena”, Nação Primeira” e “Toada” e também as interpretações de “Dança do Currupião”, “Vá Carregar Piano”, “Viva o Rio de Janeiro”, “Zanzando em Copacabana” e o clássico “Odeon”.
Hercules Gomes surpreende pelo talento, pelo toque refinado, fraseado marcante e por uma brasilidade que anda tão em falta em nossa música.
Guarde bem esse nome, pois ele vai dar o que falar, ou melhor, vai dar o que tocar.

Postado em: 21/10/2013

 


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