O movimento musical do “Neo Swing” começou no final da década de oitenta, quando diversas bandas, principalmente as de “Rockabilly”, fortemente influenciadas pelo Swing Jazz, Jump Blues e Rockn`Roll, resolveram resgatar a sonoridade encorpada e envolvente das Big Bands, das décadas de trinta e quarenta.
Só para relembrar alguns destas bandas: The Royal Crown Revue, Big Bad Voodoo Dady, Lavay Smith & Red Hot Skillet Lickers, Matt Catingub e a The Brian Setzer Orchestra, nomes bastante importantes desta fase “revival”, que perdura até os dias de hoje. Para nossa sorte e felicidade.
Todas elas foram inspiradas na sonoridade dos mestres Glenn Miller, Artie Shaw, Duke Ellington, Cab Calloway”, Louis Prima entre tantos outros “band leaders” geniais.
O resultado surpreendente de popularidade do “Neo Swing”, tirou o movimento da cena “underground” e o colocou nas paradas de sucesso, nas trilhas do cinema, possibilitando muitas apresentações ao vivo, onde sempre um público numeroso, teve a oportunidade de ouvir e também de dançar, embalados pelos seus ritmos, melodias e acordes sempre mais movimentados.
Um destes shows incríveis, é o da The Brian Setzer Orchestra, gravado em Tokyo, no Japão em 2001, para uma verdadeira legião de fãs japoneses, que ficaram alucinados com a “performance” incrível de Setzer, guitarrista, cantor e compositor americano, que durante muitos anos liderou a banda “Stray Cats.
Sob a sua responsabilidade, dezoito músicos desfilaram seus talentos e a formação envolveu uma “cozinha”, com guitarra, bateria e contrabaixo, além de uma seção de metais extremamente precisa e afinada.
Além de Setzer e sua coleção de guitarras preciosas (as raríssimas Gretsch`s, D’ Angelico`s, Guild`s e Gibson`s), merecem destaque as participações de Mark Winchester no contrabaixo (com coreografias sensacionais), Ray Herrmann no saxofone, Alex Henderson no trombone, Will Murillo no trumpete e Joie Shetttler e Julie Reiten nos vocais.
O “set list” é de arrebentar e já começa com uma versão acelerada de “Hawaii 5-0”, os clássicos do Stray Cats , “Stray Cat Strut” e “Rock This Town” e mais “Jumpin’ East Of Java”, “Caravan”, “Americano” (que virou hit do Neo Swing), “Jump Jive An’Wail”, “Pensylvania 6-500” e “Gettin’ In The Mood”. Ufa, de parar a respiração.
Como tenho destacado em nossos encontros semanais, é mais uma prova de que a música não é tão descartável quanto parece. Existem artistas que tem uma grande preocupação com a qualidade de seus trabalhos e com o seu público. E facilmente podemos constatar isso ao assistir este belíssimo show, que conseguiu reunir todos os ingredientes necessários para se tornar uma referência. Foi o primeiro registro ao vivo da sua orquestra, onde Brian Setzer pode apresentar toda sua técnica apurada, para um público fiel, animado e participativo. Numa troca de emoções constante entre palco e platéia. E os arranjos, inventivos e surpreendentes, dispensam maiores comentários.
Um excelente começo para sua orquestra, que teve várias continuações, também muito bem recomendadas. Impossível não se contagiar.