Descobri por acaso o CD do jovem e talentoso pianista, compositor e arranjador paulista Leandro Cabral, que já tem mais de 10 anos de careira profissional.
Começou a tocar piano clássico com apenas 7 anos de idade e, já aos 14, ingressou na Fundação das Artes de São Caetano do Sul, onde estudou piano popular, saxofone e teoria musical. Lá conheceu a Bossa Nova, o Jazz e a improvisação.
Ed Motta, Maria Rita, Seu Jorge, Filó Machado, Simoninha, Roberta Sá são alguns nomes com quem trabalhou em shows e gravações, além de acompanhar outros nomes de prestígio nacionais e internacionais. Desde 2012 faz parte do importante núcleo docente do Conservatório Souza Lima, lecionando piano popular e realizando vários workshops pelo país.
Este já é o seu segundo álbum como líder, lançado de forma independente com 10 belas faixas, gravado ao vivo no belíssimo Teatro Alfa em São Paulo, reconhecido por ser uma das principais salas de espetáculo do país, por sua acústica, preciosismo técnico, conforto e beleza.
O disto me surpreendeu pela intensa introspecção de Leandro Cabral ao piano, somados à intensa afinidade com seus parceiros e amigos de longa data, Sidiel Vieira no contrabaixo e Vitor Cabral na bateria e percussão.
Além disso, destaque para as participações especiais da cantora Vanessa Moreno e do saxofonista Cássio Ferreira.
Você vai ouvir composições que priorizam ritmos brasileiros menos usuais e bem percussivos, não muito comuns para este tipo de formação em trio, mesclados com improvisos fortemente jazzísticos, que dão um colorido todo especial ao trabalho, reforçando suas nítidas influências musicais dos pianistas Herbie Hancock, Keith Jarrett, Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal e Brad Mehldau, principalmente.
As minhas selecionadas são as suas composições “Rute e sua Grandeza – Vassi nº 1, a única cantada “A Dança”, “O Grande Azul” e a inspirada faixa título “Alfa”, além das surpreendentes releituras de “Outra Vez”, “Rapaz de Bem” e “Inútil Paisagem”, numa reverência muito criativa à Bossa Nova. Outro ponto que merece destaque é a bela apresentação do disco, que contém um encarte com fotos muito bonitas e informações importantes sobre o trabalho do músico.
Detalhes que fazem grande diferença e que demonstram que a voracidade do formato Mp3, jamais pode superar a beleza e os detalhes de um disco físico. Que tem pontos imbatíveis: a qualidade de gravação, a riqueza de informações do encarte, que aguçam os nossos sentidos do tato e olfato, tão prazerosos de sentir ao manusear um CD.
Bela e inspirada experiência musical, Leandro Cabral! E que venha o próximo!