O trompetista e cantor Chet Baker foi um mito do Jazz e sua trajetória de vida conturbada foi marcada por muitos altos e baixos. Foi um dos criadores do “west coast”, uma variante do “cool” de Miles Davis e Gerry Mulligan, vertentes do Jazz e a sua forma de cantar influenciou diretamente a Bossa Nova.
Destaco suas últimas gravações feitas ao vivo na Alemanha em 1988 ao lado da NDR Big Band e da Radio Orchestra Hannover, registradas duas semanas antes do seu falecimento, ocorrido em circunstâncias que permanecem duvidosas até os dias de hoje.
Neste primoroso trabalho lançado no ano de 1990 pelo selo Enja, destaque para as participações de Walter Norris no piano, Herb Geller no saxofone, John Schoeder na guitarra, Lucas Lindholm no contrabaixo e Aage Taggaard na bateria.
Apesar de estar debilitado de saúde e decadente, neste concerto Chet Baker deu o máximo da sua capacidade e o resultado musical é comovente. E até parece que ali ele estava se despedindo do seu público com uma grande “performance”. Coisas que sentimos ao ouvir com atenção as faixas do disco e que não podemos explicar.
O disco duplo tem quatorze temas, divididos em dois “sets” de sete músicas cada um e no primeiro disco merecem destaque os temas de abertura “All Blues” (que homenageia Miles Davis) , “My Funny Valentine”, “Summertime” e “I Fall In Love Too Easily, relembrando a sonoridade mágica dos anos cinquenta, que foi o auge da sua carreira.
Já no segundo disco, destaco o clássico “Look For The Silver Lining”, e mais “Conception”. “There`s A Small Hotel” e a balada de emocionar “Tenderly”.
Despedida em grande estilo deste improvisador lírico, autodidata, dono de um toque macio e de vocais sussurrantes. É um dos meus artistas favoritos.
Postado em: 10/02/2014
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