JAZZ. Tentar encontrar qualquer definição desse gênero musical pode possibilitar uma viagem única, mágica e absolutamente emocional.
O Jazz pode ser considerado tudo isso, ou simplesmente aquilo. Pouco importa a definição. O que pode ser sentido é muito mais amplo, indescritível e infindável. Cada um, na magnitude da sua identidade pessoal, pode experimentar suas inúmeras possibilidades. Uma sensação única, que pode e deve ser dividida.
Uma das publicações brasileiras mais interessantes dos últimos tempos no gênero foi lançada recentemente pela Editora Multifoco e assinada pelo jornalista e pesquisador Emerson Lopes, com o sugestivo nome de “Jazz Ao Seu Alcance”.
O livro nasceu por acaso, depois de vários anos da existência na internet do seu “Guia do Jazz”, hospedado no portal “sobresites. com”, onde podíamos encontrar vários tópicos sobre artistas, rádios, revistas, casas de shows, festivais e tudo mais que se relacionava com o Jazz.
Dividido em 20 capítulos e com incríveis 670 páginas, o livro poderá ser consumido na ordem que melhor interessar ao leitor. Não existe uma ordem cronológica e isso facilita e diferencia muito a leitura.
O mais curioso disso tudo é que Emerson Lopes, no início das suas pesquisas, não era um fã do Jazz. Foi se apaixonando aos poucos e, através dos anos e muitas pesquisas, agora declara seu amor pelo gênero.
Isso comprova que o Jazz é acessível a todos e pode ser consumido sem qualquer moderação. E, o melhor, não faz mal à saúde. Pelo contrário, só faz bem à alma e aos nossos ouvidos.
O grande mérito deste trabalho está no fato de proporcionar acesso irrestrito ao gênero, tão cheio de definições e preconceitos.
Talvez por isso o nome do livro seja perfeito, por possibilitar o seu alcance por qualquer um de nós. Basta apenas ter algum interesse pelo assunto, que posso também garantir ser inesgotável e cheio de agradáveis surpresas.
O nascimento do Jazz se deu da união dos opostos. A cultura africana (instintiva e intuitiva) encontrou-se com a europeia (racional e emocional) de forma mágica e perfeita. Às margens do rio Mississipi, em Nova Orleans, nos Estados Unidos, os negros (que eram proibidos de executar suas músicas) passaram a cantar e tocar a música dos brancos. O Jazz em particular, em razão das suas origens e disseminação, adquiriu características de música universal. Suas influências podem ser sentidas em vários gêneros musicais como o Choro, a Bossa Nova, a MPB, assim como ele vem sendo influenciado por músicos e músicas de várias origens.
Estudar e incentivar esse fenômeno é preciso. Daí nasce todo o esforço para oferecer a boa música, sem fronteiras, cujas origens são importantes e entrelaçadas, mas cuja preservação para as gerações futuras é muito importante.
Recomendo a leitura deste livro, que vai possibilitar uma viagem muito interessante no fascinante e sempre surpreendente mundo do Jazz.