JAZZ – A música da emoção
JAZZ. Tentar encontrar qualquer definição desse gênero musical pode possibilitar uma viagem única, mágica e absolutamente emocional. No meu caso particular, já são mais de 25 anos na busca do roteiro ideal que se traduz em programas de rádio, produção de shows, pesquisas incansáveis, além do raro prazer de ver, ouvir, sentir e respirar o que considero a música da emoção.
O Jazz, pode ser considerado tudo isso, ou simplesmente aquilo. Pouco importa a definição. O que pode ser sentido é muito mais amplo, indescritível e infindável. Cada um, na magnitude da sua identidade pessoal, pode experimentar suas inúmeras possibilidades. Uma sensação única, que pode e deve ser dividida.
Seu nascimento se deu da união dos opostos. A cultura africana (instintiva e intuitiva) encontrou-se com a européia (racional e emocional) de forma mágica e perfeita. Às margens do rio Mississipi, em Nova Orleans, nos Estados Unidos, os negros (que eram proibidos de executar suas músicas), passaram a cantar e tocar a música dos brancos.
Sem perder, é claro, as regras da sua tradição cultural. Dessa alquimia de culturas e raças originou uma musicalidade diferente, absurdamente completa e sempre renovada.
. Buscar a preservação da cultura universal é, de certa forma ajudar a preservar a própria espécie humana.
Entendo que a música é uma das formas mais ricas e intensas formas de comunicação humana. O Jazz, em particular, dadas suas origens, sua dissiminação e suas variedades, adquiriu características de música universal. Suas influências podem ser sentidas em vários gêneros musicais (Choro, Bossa Nova, MPB por exemplo), assim como ele vem sendo influenciado por músicos e músicas de várias origens.
Estudar e incentivar esse fenômeno é preciso. Daí nasce todo o esforço para oferecer a boa música, sem fronteiras, cujas origens são importantes e entrelaçadas, mas cuja preservação para as gerações futuras é muito importante.
Mario Biondi, a grande voz italiana do Jazz.
O quarentão cantor italiano Mario Biondi é uma das vozes mais surpreendentes da cena do jazz atual.
Seu timbre de voz grave e encorpado nos remete imediatamente a lembrança de outro grande cantor, o saudoso e lendário Barry White. Faça a experiência de fechar os olhos e ouvi-lo. É impressionante a semelhança do timbre vocal de ambos.
Sua carreira começou a ganhar corpo no ano de 2006 quando lançou o primeiro e já primoroso Cd “Handful of Soul”, ao lado do eletrizante The High Five Quintet, composto por alguns dos melhores músicos de jazz da Itália, na formação clássica de piano, trumpete, sax tenor, contrabaixo e bateria.
Destaque para o tema de sua autoria “This Is What You Are”, que apesar da simplicidade da sua melodia, é absurdamente marcante.Jazz da melhor qualidade.
Desde o primeiro lançamento ganhou diversos prêmios de destaque e sua discografia é composta por mais de 5 discos que demonstram toda a sua sensibilidade.
Destaco também o Cd duplo “I Love You Nore – Live”, gravado ao vivo na cidade de Milão ao lado da afinadíssima Duke Orquestra, lançado em 2007 e também disponível no formato DVD. Um trabalho raro e indispensável..
Na programação da Rádio Jornal da Orla/Digital Jazz você confere todo o talento deste grande artista e também os seus mais recentes lançamentos.
Luis Salinas, um gênio argentino do violão e da guitarra.
Rivalidades à parte, nossos “hermanos” argentinos tem em seu país um dos maiores gênios do violão e da guitarra da atualidade. E mais: um dos mais versáteis músicos da sua geração.
Ele transita com absoluta e rara competência pelo repertório tradicional e folclórico argentino como pelo jazz e suas vertentes. Consegue ser doce, poético e ao mesmo tempo vigoroso e bem agressivo na condução do seu instrumento.
Suas composições também inspiradíssimas podem ser conferidas em todos os seus trabalhos (mais de 20 como líder e mais de 30 participações como músico solista convidado).
E o mais curioso é que Luis Salinas é autodidata, um improvisador nato. Não estudou em nenhum conservatório musical e por mais incrível que possa parecer é compositor da maioria das músicas que grava e executa, exceto aquelas mais conhecidas do cancioneiro argentino.
E prova da sua ousadia é seu últimos lançamento do ano de 2010 “Sin Tiempo”, uma trilogia (é isso mesmo !!!), em 3 Cd’s com os temas Uno “Unplugged”, Dos “Plugged” e Tres “Bônus”.
Como agora Buenos Aires virou a cidade preferida dos brasileiros, nada melhor que procurar seus lançamentos em uma destas visitas por lá. E de preferência vá até a Livraria “El Ateneo Grand Splendid”, no número 1860 da Av. Santa Fé. Um sonho de lugar. Imagine você entrando no Teatro Coliseu de Santos para desfrutar livros, Cd’s e Dvd’s e saborear um café “cortado” no palco, que um dia abrigou grande shows. Este é o clima que encontramos ao entrar no salão principal da incrível livraria portenha. Uma visita obrigatória, assim como o som deste grande músico argentino.
Postado em: 29/11/2011
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