O trompetista, cantor e “show man” Louis Armstrong foi uma das figuras mais simpáticas, talentosas e importantes da história do Jazz e um dos pioneiros do gênero e também um dos grandes responsáveis pela sua popularização.
Ele teve a honra e o privilégio de nascer em New Orlenas, berço do Jazz e onde tudo começou. E ele mesmo destacou: “O Jazz e eu crescemos lado a lado quando éramos pobres”.
Ele nasceu sem teto, órfão de pai, filho de mãe solteira e foi criado nas ruas de New Orleans. E aqui encontramos outro exemplo real de que a música tem o poder de transformar a vida das pessoas.
Tornou-se um dos músicos mais conhecidos, respeitados e queridos nos quatro cantos do planeta e sua música, seja através do seu instrumento ou da sua voz grave, rouca e peculiar, continua cultuada até os dias de hoje. Foi um mestre que amava a música acima de qualquer coisa e nos deixou um legado musical, que considero arte pura.
E não posso deixar de falar também do seu sorriso, sempre aberto, outra marca registrada. Estava sempre de bom humor, alegre e disposto e, com esta característica natural, cativava a todos com quem se relacionava.
Seu talento para música aflorou cedo e logo no início da carreira caiu nas graças do músico Joe King Oliver, que se tornou seu padrinho e que tinha muito prestígio na época e uma banda famosa, a Creole Jazz Band, o convidando no ano de 1922 para shows na sua terra natal e na cidade de Chicago, outro grande centro musical importante dos Estados Unidos.
Logo depois, mudou para Nova York, gravando em 1924 na orquestra de Fletcher Henderson e formando os seus grupos famosos, “Hot Five” e “Hot Seven” (entre os anos de 1925 1929), quando ganhou o simpático apelido de “Satchmo”, dado em razão do grande volume das suas bochechas quando tocava. Outro apelido carinhoso, que ele recebeu em vida, foi o de “Pops” e este era o seu preferido.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, formou a Louis Armstrong All Stars, composta por um time de músicos de primeira linha.
Solista nato ele mudou a história do Jazz, tornando o gênero aberto para os solos e para os improvisos, características mais fortes do gênero.
As suas gravações de “Potato Head Blues”, “West End Blues”, “Struttin With Some Barbecue”, “Indiana”, “Hogh Society”, “When The Saint's Go Marchin' In”, “St. Louis Blues”, “Mack The Knife” e “What Wonderful World”, são antológicas e definitivas.
E também destaco as parcerias nos discos ao lado do pianista Oscar Peterson (Louis Armstrong Meets Oscar Peterson), da cantora Ella Fitzgerald (Ella and Louis e Ella and Louis Again) e de Duke Ellington (Louis Armstrong & Duke Ellington – The Great Summit: The Complete Sessions).
No início dos anos 50, ele viajou pelo mundo como Embaixador da Paz, a pedido do Departamento de Estado dos Estados Unidos e assim o fez por diversas vezes até o final da sua vida, que teve seu ponto final em 6 de julho de 1971.
E ele não só tocou da maneira certa o seu instrumento, como também conseguiu tocar de forma definitiva os nossos corações com sua música, eterna, sublime e estimulante. Um gênio do Jazz com apelo absurdamente popular.