Um dos nomes mais importantes da história do Jazz é o do pianista, compositor, arranjador e líder de orquestra, Duke Ellington, que tinha como grande ídolo o também pianista Fats Waller, que o ajudou muito no início da carreira.
A música e o piano entraram cedo na sua vida, com sete anos de idade e ele sempre se destacou por seu talento, liderança e genialidade. Ficou mais conhecido pelo nome da sua orquestra do que como grande solista de seu instrumento.
Ganhou o apelido “Duke” por estar sempre impecavelmente vestido e diferentemente da maioria dos músicos de Jazz, nasceu em uma família de classe média e nunca enfrentou qualquer tipo de dificuldade financeira. Isso lhe ajudou a dar estabilidade na sua trajetória musical.
No início da sua carreira profissional, teve a sorte (ou merecimento) de conseguir se fixar como orquestra residente do Cotton Club, um dos templos mais importantes do Jazz no final dos anos 20, localizado no bairro do Harlem em Nova Iorque e sua popularidade logo se espalhou pelos Estados Unidos, uma vez que os seus shows eram transmitidos para todo o país, através do veículo rádio.
Liderou surpreendentemente sua orquestra por cinquenta anos e compôs mais de mil e quinhentas músicas, número bastante significativo e marcante na sua carreira de sucesso. Eu o considero como o maior compositor de Jazz de todos os tempos. E também teve experiências muito significativas com a música clássica e sacra, reforçando sua versatilidade.
Os temas “Take The A Train”, “Mood Indigo”, “Sophisticated Lady”, “In A Mellowtone”, “Caravan”, “Day Dream”, “In A Sentimental Mood”, “Don’t Get Around Much Anymore”, “Lush Life”, e “Perdido”, são alguns dos meus favoritos.
Sempre muito educado e solicito, foi um descobridor nato de talentos e teve como seus pupilos uma série de solistas excepcionais. Sua principal virtude, a lealdade, lhe rendeu a fidelidade, respeito e admiração dos seus comandados. Só para lembrar, pela sua orquestra passaram os músicos, Johnny Hodges, Harry Carney, Ben Webster, Cootie Williams, Jimmy Blanton, Ray Nance, Paul Gonsalves e Clark Terry. E eles ficaram ao seu lado por muitos anos, como uma forma de reconhecimento.
Um fato marcante deve ser lembrado, quando no ano de 1939 conheceu seu grande parceiro Billy Strayhorn (que muitos consideravam como alma gêmea de Ellington). Eles trabalharam juntos por vinte e oito anos e compuseram em parceria uma infinidade de “standards” que até os dias de hoje são executados e cultuados.
Vivia constantemente na estrada em turnês de grande repercussão por todos os Estados Unidos, se apresentando com a sua formação completa, mesmo em épocas de crise. Conseguia manter sua usina sonora sempre em funcionamento, coisa que outras orquestras não conseguiam fazer.
Gravou discos memoráveis ao lado do trompetista e cantor Louis Armstrong, da cantora Ella Fitzgerald, do contrabaixista Charles Mingus e do baterista Max Roach e dos saxofonistas John Coltrane e Coleman Hawkins e do “band leader” Count Basie.
Se puder, ouça com atenção os álbuns “Sophisticated Lady”, “Ellington Uptown”, “Ellington At Newport”, “Ella Fitzgerald/The Duke Ellington Songbook”, “First Time ! The Count Meets The Duke” e “70th. Birthday Concert”.
Duke Ellington dizia: “Amar é incondicional e ilimitado. Gostar é bom também, mas limitado”. E mais: “Música não é uma ocupação ou uma profissão. É uma compulsão”.
Um homem que foi exemplo e que através da sua música pode mostrar todos os traços de sua personalidade. Um gigante do Jazz.
O guitarrista Joe Pass foi um dos músicos mais importantes e influentes da história do Jazz. Infelizmente, ele partiu muito cedo com apenas sessenta e cinco anos de idade, no ano de 1994, deixando um legado musical com grandes álbuns e solos memoráveis.
Um destes discos imperdíveis da sua discografia produzido por Norman Granz é este do ano de 1978, para o selo Pablo, ao lado do percussionista brasileiro Paulinho da Costa, radicado nos EUA há muitos anos e que tem no seu currículo uma infinidade de participações em estúdio e shows ao lado dos mais importantes artistas do planeta.
A idéia do disco nasceu quando Joe Pass esteve visitando o Brasil na época do Carnaval, no ano de 1977, um ano antes das gravações. Ele ficou encantado com o ritmo brasileiro e resolveu gravar temas conhecidos de compositores como Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Luiz Bonfá, Marcos Valle, Roberto Menescal, Ronaldo Bôscoli entre outros.
Acompanharam a dupla, Don Grusin nos teclados, Oscar Castro neves na guitarra, Octavio Bailly no contrabaixo e Cláudio Slon na bateria, gravando dez temas deliciosos. E para mim, este álbum serviu de laboratório para o disco “Ella Fitzgerald Sings The Antonio Carlos Jobim Songbook”, gravado dois anos depois, no ano de 1980, um disco também sensacional e que contou com a participação de vários deles.
Não deixe de ouvir “Corcovado”, “Wave”, “Você”, “If You Went Away”, “The Gentle Rain” e “Luciana”.
Capricho, eficiência e muito bom gosto são as marcas registradas deste trabalho que homenageou a Bossa Nova e a música popular brasileira.
Postado em: 08/04/2013
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