Ele completou 70 anos no dia 30 de março do ano passado e comemorou em grande estilo, pilotando, como poucos, a sua inseparável e velha guitarra fender stratocaster desbotada, numa turnê histórica e de grande repercussão.
Seja no Rock, no R&B ou principalmente no Blues, ele é uma verdadeira lenda do seu instrumento e considerado, ao lado de Jimmy Hendrix, um dos guitarristas mais influentes de todos os tempos.
Na noite de 21 de maio de 2015, ele se apresentou na sua terra natal, Londres, na Inglaterra no mítico Royal Albert Hall.
Ele esteve muito bem acompanhado pela sua superbanda de músicos formada por Paul Carrack, Steve Gadd, Nathan East, Chris Stainton, Sharon White, Michelle John e Andy Fairweather Low.
O resultado desse show é o belíssimo trabalho que pode ser encontrado numa versão econômica, que contempla 1 DVD e 2 CD's, lançado pelo selo Eagle Rock Entertainment e distribuído no Brasil pela Som Livre.
São mais de 50 anos de carreira e tenho notado, particularmente nos últimos anos, que ele deixou transparecer, de forma muito evidente, as suas influências do Blues e de seus grandes ídolos desde a infância, que são Howlin' Wolf, Muddy Waters e Freddy King. É evidente que o Blues pulsa forte nas suas veias.
Outro ponto que merece destaque na sua carreira é a organização e realização do Festival Crossroads, que sempre reúne os maiores guitarristas e músicos de diversas gerações. Toda a renda dos encontros, realizados em 1999, 2004, 2207, 2010 e 2013, foi destinada para o Crossroads Center, centro para tratamento de dependentes de álcool e drogas, que Eric Clapton fundou e mantém em Antiqua, no Caribe. Clapton conseguiu de forma muito transparente expressar suas alegrias e tristezas em suas composições e esta autenticidade lhe dá créditos muito importantes.
Tanto isso é verdade que ele se apresentou neste templo de gala de uma forma bem simples e, desta forma, conseguiu hipnotizar seus fãs felizardos que lá estiveram e que puderam comprovar que o menos é mais. Ele deu o seu recado apenas com a beleza das suas canções e com os seus impressionantes solos de guitarra. Absoluta coerência com sua personalidade discreta.
Um homem de poucas palavras e que fala muito mais através da sua música. Sua voz, por incrível que pareça, com o passar dos anos, se tornou cada vez melhor e com um timbre inconfundível e marcante.
No “setlist” do show de comemoração do seu aniversário de 70 anos, apenas as músicas que ele teve vontade de tocar e cantar. Nada de imposições, pressões do público ou modismos. Assim é Eric Clapton, um gigante da música.