Impressionante constatar a presença ativa e de muita qualidade das mulheres na cena do Jazz. Isto pode não ser novidade, afinal elas sempre reinaram absolutas em diversas oportunidades, seja cantando, tocando um instrumento, compondo, dirigindo uma orquestra e sempre numa posição de destaque. Merecidamente.
Ultimamente tenho observado com carinho e atenção o trabalho desta senhora chamada Beegie Adair, uma pianista que impressiona pela sua forma suave, romântica e gostosa de tocar, como também pela sua incrível discografia, recheada de ótimos discos. Um sempre melhor do que o outro e quando você acha que ela não vai mais surpreender, lá vem ela com outro grande lançamento, que supera os anteriores e sempre nos surpreendendo positivamente.
Além disso, ela está fazendo um importante trabalho de popularização do Jazz, e o repertório de seus discos sempre trazem os maiores e melhores compositores. E para seu conhecimento, ela até já gravou alguns álbuns dando destaque para a Bossa Nova. E posso dizer que todos eles ficaram maravilhosos.
Ela começou os estudos no piano precocemente, ainda criança com 5 anos de idade na sua cidade de Kentucky, nos Estados Unidos e já no colégio começou a se interessar pelo Jazz, participando de alguns grupos. Sua carreira começou a ganhar força quando se mudou para a cidade de Nashiville, e lá desenvolveu com muita propriedade, a cena jazzística local. E o seu mérito é muito grande, afinal ela desenvolveu o Jazz na terra onde reina absoluto o gênero “Country Music” e mesmo assim conseguiu fazer a sua música romper as barreiras territoriais.
Na carreira de mais de 50 anos de atividades, gravou mais de 30 álbuns a frente de seu trio e teve mais de 100 participações em discos de outros grandes artistas. Ouso dizer de que é uma das artistas mais produtivas da história do gênero, sem nunca perder a qualidade dos seus lançamentos.
Na lista de suas maiores influências do piano: George Shearing, Bill Evans, Oscar Peterson e Errol Garner. Nada mal, concordam.
Dividiu os palcos com os músicos do quilate de Urbie Green, Nat Adderley, Lew Tabackin, Perry Como, Steve Allen, o maestro Henry Mancini entre outros.
No repertório dos seus discos, você vai poder encontrar as principais canções dos maiores compositores da história da nossa música, como Cole Porter (“Begin The Beguine”, “Night And Day”, “I’ve Got You Under My Skin”), os irmãos George & Ira Gershwin (“Summertime”, “I Got Rhythm”, Rhapsody In Blue”), Richard Rodgers (“My Romance”, “My Funny Valentine”, “Where Or When”), Jerome Kern (“Smoke Gets In Your Eyes”, “The Way You Look Tonight”, “All The Things You Are”), Duke Ellington (“In A Sentimental Mood”, “Take The A Train”, “Day Dream”), Irving Berlin (“Blue Skies”, “Let’s Face The Music And Dance”, “How Deep Is The Ocean), Hoagy Carmichael (“Stardust”, “Skylark”, “Georgia On My Mind”) entre outros compositores. Homenageou também com discos exclusivos, Frank Sinatra, Nat King Cole, Glenn Miller, Elvis Presley e a Bossa Nova (“Romance In Rio” - 2003, “Rio Nights” – 2010 e o mais recente “Bossa Nova Romance” – 2013, que é simplesmente sensacional e que trouxe convidados muito especiais).
E a lista não para por aí e por esta razão importante, recomendo que você faça uma pesquisa cuidadosa na sua discografia e tenho certeza de que você vai encontrar/descobrir músicas incríveis, interpretadas de uma forma diferente e intimista.
Desde o ano de 2002 é uma artista exclusiva dos pianos Steinway & Sons, que considero como a Ferrari dos pianos (a sonoridade deste instrumento é absurda) e uma honraria que muito poucos receberam, assim como os também geniais pianistas Diana Krall, Harry Connick Jr. e Michel Legrand.
A pianista Beegie Adair é uma representante feminina do Jazz que merece nosso destaque, respeito e admiração. É uma das figuras mais atuantes em shows em “night clubs” e festivais de Jazz pelo mundo afora. E a sua idade de 76 primaveras, reforça o dito popular “de que quanto mais experiente, melhor”. E que a sua vitalidade, sirva de exemplo, que pode e deve ser seguido pelos mais jovens, sejam eles ouvintes ou músicos.
A cantora nova-iorquina Jane Monheit surgiu no ano de 1998 com apenas 20 anos de idade, quando foi finalista do renomado concurso promovido pelo The Thelonious Monk Institute.
Dona de uma voz cristalina e uma técnica vocal incrível, ela lançou seu primeiro disco no ano de 2000 e depois disso não parou mais e sempre está se destacando com o lançamento de trabalhos de grande qualidade.
O seu mais recente disco, o 11º. da carreira intitulado “The Heart Of The Matter”, foi lançado no mês passado pelo selo Emarcy/PGD e traz boas surpresas.
A cantora tem uma carreira muito parecida com os músicos Diana Krall, John Pizzarelli e Stacey Kent, todos com grande afinidade pelo Brasil e regularmente se apresentam por aqui, selecionando no repertório dos discos e dos shows, sempre músicas brasileiras, principalmente de Bossa Nova.
E neste trabalho, Monheit repete a fórmula e traz 2 releituras muito interessantes de Ivan Lins, um de seus compositores favoritos e que já foi gravado em vários de seus discos, desta vez em “Depende de Nós” e “A Gente Merece Ser Feliz”, onde se arrisca cantando em português.
Os músicos que estiveram ao seu lado foram Gil Goldstein nos arranjos, piano elétrico e acordeon, Michael Kanan no piano, o brasileiro Romero Lubambo na guitarra e violão, Neal Miner no contrabaixo, Rick Montalbano na bateria, Rogerio Boccato na percussão entre outros músicos convidados.
Não deixe de ouvir também “Golden Slumbers/Long And Winding Road”, “Born To Be Blue”, “When She Loved Me” e “Until It`s Time For You To Go”.
Neste álbum, você vai poder ouvir uma Jane Monheit madura, com destaque para uma interpretação de muito coração.
Postado em: 10/06/2013
Deixe um comentário. É importante o preenchimento de todos os campos.