Gilson Peranzzetta, pianista, compositor, arranjador e maestro carioca, completou 70 anos de vida e 60 anos de carreira, comemorados em grande estilo, no final de 2016, com o lançamento do CD comemorativo pelo selo carioca Fina Flor, gravado ao vivo na mítica Sala Cecília Meirelles, na cidade do Rio de Janeiro.
Ao seu lado, vários convidados especiais: Leny Andrade, Mauro Senise, Quarteto Radamés Gnattali, João Senise, Valéria Lobão, Estevam Reis, além de Zeca Assumpção e João Cortez. A produção foi assinada pelo próprio Gilson Peranzzetta e a produção executiva pela sua grande cúmplice Eliana Peranzzetta.
O disco apresentou uma reunião de 10 músicas importantes do seu repertório autoral, exceto duas, uma composição de Villa-Lobos e outra de Cartola. É importante relembrar que várias músicas conhecidas da MPB são de autoria. Ele é um dos músicos mais respeitados e admirados do planeta.
De uma lista de mais de 150 pérolas, selecionei 4 de suas composições, que são verdadeiros hinos e muito especiais para mim. A primeira delas, “Love Dance”, feita em parceria com Ivan Lins e Paul Williams, lançada em 1980, pelo produtor Quincy Jones, no álbum “Give Me The Night”, do guitarrista e cantor americano George Benson. E que depois foi regravada por uma dezena de artistas e abriu de forma definitiva, o mercado internacional para Ivan e Gilson. São mais de 200 regravações e a preferida do autor é a da cantora Nancy Wilson, do ano de 1994.
Já “Setembro”, do mesmo ano de 1980, feita também em parceria com Ivan Lins, ganhou uma versão marcante em 1990, no álbum “Back On The Block”, de Quincy Jones, com a participação da cantora Sarah Vaughan, do guitarrista George Benson e do grupo vocal Take 6. Uma gravação, simplesmente, de arrepiar.
“Obsession”, do ano de 1987, feita em parceria com Dori Caymmi, ganhou na minha opinião, a sua melhor versão, na voz da eterna cantora Sarah Vaughan, no seu álbum “Brazilian Romance”, produzido por Sérgio Mendes e que contou com os arranjos do próprio Dori. E para finalizar a minha lista, “Sorriso de Luz”, do ano de 1993, feita em parceria com Nelson Wellington e que ganhou uma versão maravilhosa na voz do cantor Djavan.
Deste último trabalho lançado, meus destaques ficam por conta dos temas autorias “Braz de Pina, Meu Amor”, “Nós As Crianças”, “Dois Na Rede”, “Cantos da Vida”, “Sorriso de Luz” e a faixa título “Como Vinho”, além de “As Rosas Não Falam”.
Um CD poético, inspirado, excelente para ouvir e degustar, assim como um bom vinho. Safra musical qualificada de um dos grandes artistas da nossa música, que já tem na sua vitoriosa carreira, mais de 40 discos lançados. Parabéns Maestro Gillson Peranzzetta! A música agradece!
Gravado ao vivo na Casa de Cultura Laura Alvim. Arranjo Gilson Peranzzetta