Atingimos, neste final de semana, a expressiva marca de 300 colunas da Rádio Jornal da Orla / Digital Jazz, publicadas na edição impressa do Jornal da Orla.

 

Uma grande honra, uma imensa alegria e a sensação do dever cumprido. E tem muito mais vindo por aí.

 

Neste espaço, destacamos o que de melhor acontece com a música da emoção: o Jazz, a Bossa Nova, o Instrumental Brasileiro, a MPB e o Blues, assim como fazemos diariamente no "playlist" da nossa webrádio.

 

Para marcar e comemorar esta importante conquista, vamos homenagear o incrível produtor e executivo da indústria fonográfica Tommy Lipuma, que nos deixou no último dia 13 de março. Para mim, o produtor dos produtores.

 

Ele foi o grande responsável por trabalhos primorosos de George Benson (Breezin', Livin' Inside Your Love, In Flight, Weekend In L.A, Collaboration ao lado de Earl Klugh, That's Right, Absolute Benson), Diana Krall (Christmas Songs, All For You, Love Scenes, Only Trust Your Heart, From This Moment On, When I Look In Your Eyes, The Look Of Love, Live In Paris, Quiet Nights), Paul McCartney (Kisses On The Bottom), Al Jarreau (Accentuate The Positive, Look To The Rainbow), Miles Davis (Tutu, Amandla), Natalie Cole (Take A Look, Ask A Woman Who Knows, Unforgettable With Love) Joe Sample (Invitation), Barbra Streisand (The Way We Were, Love Is The Answer), entre tantos outros nomes importantes.

 

E não podemos deixar de citar as suas importantes contribuições nos discos dos brasileiros João Gilberto (Amoroso, o meu preferido do violonista e cantor baiano) e João Donato (A Bad Donato), dois álbuns clássicos.

 

Passou pelas gravadoras Blue Thumb Records, A&M e Warner Bros. E presidiu como executivo, os selos GRP, Impulse e Verve.

 

Suas produções venderam mais de 75 milhões de cópias, que receberam 33 indicações ao Prêmio Grammy. Faturou o prêmio em 5 oportunidades.

 

Reconheceu que sua grande referência foi o produtor Creed Taylor, além da sonoridade de Jimmy Smith, Antonio Carlos Jobim, Geztz/ Gilberto, The Genius of Ray Charles, The Day In The Life com Wes Montgomery e White Rabbit de George Benson.

 

Seu último trabalho foi ao lado da pianista e cantora canadense Diana Krall, que vai lançar em maio, seu 13º. Álbum de estúdio, “Turn Up The Quiet”. Com absoluta certeza será mais um álbum de sucesso e que terá grande repercussão. A parceria de Diana Krall com o produtor Tommy Lipuma, sempre rendeu inspirados e premiados trabalhos. Até breve Mr. Tommy Lipuma !

Este disco foi realmente o divisor de águas na carreira do guitarrista e cantor George Benson. Sua trajetória musical pode ser dividida em dois períodos: um antes e outro depois do lançamento de Breezin'. Marcou sua estreia no Selo Warner Bros, no ano de 1976, e lhe rendeu fama e merecida popularidade.

 

Além do seu primeiro Grammy e também o tão almejado "Top 10" da Billboard, nas categorias Jazz, Pop e R&B, e um álbum de platina. Não é preciso dizer mais nada.

 

O álbum contou com a produção do competente Tommy Lipuma e teve os arranjos assinados por Claus Ogerman, além de uma superbanda composta pelos pianistas Jorge Dalto e Ronnie Foster, o guitarrista Phil Upchurch, o contrabaixista Stanley Banks, o percussionista Ralph Macdonald e o baterista Harvey Mason.

 

Os temas "This Masquerade", em que ele pode soltar sua voz, e o tema instrumental "Breezin'" estouraram nas paradas e destaco também os belos temas "Affirmation", "So This Love" e "Lady".

 

No ano de 2001, foi lançada uma edição comemorativa dos 25 anos do disco que trouxe três faixas bônus. Agradável surpresa ouvir o tema "Down Here On The Ground", numa versão feita em estúdio de mais de seis minutos. Simplesmente sensacional.

 

Os mais radicais afirmam que Benson, neste momento da sua carreira, se afastou do Jazz, procurando uma vertente mais comercial.

 

É inegável que esta escolha lhe trouxe mais opções para sua música. Ele pode mostrar todo seu raro talento tocando guitarra e por vezes cantando, vindo a se tornar um astro da música.

 

George Benson é, para mim, o maior e melhor guitarrista em atividade no planeta.

Ela é bonita, talentosa e é, sem dúvida, um dos nomes mais importantes e influentes da cena do Jazz atual.

 

Toca piano e canta como poucas e sua alma com certeza incorporou a mais pura essência do Jazz. Uma verdadeira “Diva”, que se apaixonou pelo Jazz ainda na infância, quando ouvia, junto com o Pai, a sua enorme colação de discos de Jazz.

 

A canadense Diana Krall no ano de 2008, ano que marcou os 50 anos do surgimento da Bossa Nova, gênero musical reconhecido no mundo inteiro como puramente brasileiro, veio ao Brasil e gravou o segundo DVD da sua carreira. A união foi perfeita reunindo na gravação ao vivo os elementos da sonoridade da Bossa Nova com o Jazz. E o cenário do Rio de Janeiro ficou perfeito para este registro. John Clayton no contrabaixo, Jeff Hamilton na bateria, Anthony Wilson na guitarra e Paulinho Da Costa na percussão, além do arranjador Claus Ogerman e a participação muito especial da The Rio de Janeiro Orchestra, compuseram o time musical.

 

Impossível não se lembrar de João Gilberto e Tom Jobim, reverenciados em diversos momentos, principalmente naqueles mais sutis. Emoção do início ao fim.

 

Os temas “Let`s Fall In Love”, “Where Or When”, “Wallk On By”, “Let`s Face The Music And Dance” e um dos seus primeiros sucessos “Frim Fram Sauce” foram gravados com absoluta competência. E mais “Quiet Nights”, “Este Seu Olhar” cantada em português com sotaque canadense e a curiosa “The Boy From Ipanema” foram os temas escolhidos para a homenagem a Bossa Nova. Mais uma prova de que a Bossa Nova hoje é uma linguagem universal, assim como seu parente mais próximo, o Jazz.

 

Diana Krall continua firme na sua trajetória de sucesso e não foi a primeira e nem será a última vez artista que fará sua visita à Bossa Nova. Em lançamentos anteriores ela já tinha feito esta experiência que muito agradou a todos.

 

O produtor Tommy Lipuma teve uma participação muito especial nos extras do DVD, referendando seu trabalho e carreira. Afinal, ele foi responsável pelos melhores trabalhos da artista nos últimos anos.

 

Seja sempre bem-vinda Diana Krall à Bossa Nova. Nós agradecemos e aplaudimos.