Ele é considerado como o mais importante festival de Jazz do Brasil e este ano realiza a sua terceira edição, repleto de grandes nomes e pelo time de artistas selecionados, não tenho dúvidas de afirmar que é a sua edição mais importante. Consolida desta forma, o seu nome no mercado nacional e internacional e o evento já faz parte do calendário cultural do país.
O BMW Jazz Festival esta semana divulgou a lista de estrelas, que acontece nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro entre os dias seis e nove de junho na capital paulista no HSBC Brasil e mais alguns shows gratuitos no Parque Ibirapuera, no domingo, dia nove, a partir das dezessete horas e também entre oito e dez do mês de junho na capital carioca no Vivo Rio. Os ingressos vão de R$ 50,00 a R$ 140,00 e comparados com outros eventos, tem no seu preço um diferencial positivo importante. Ocorrerão workshops na Escola de Música do Estado de São Paulo (EMESP) com os principais nomes do festival.
É bom lembrar que o festival veio suceder o Free Jazz Festival, que durante muitos anos trouxe ao Brasil os maiores nomes do gênero e reinou absoluto em nosso território pela alta qualidade dos seus shows, como também pelos eventos paralelos que sempre aconteciam no período da sua realização.
A Curadoria do Festival tem os nomes de peso da produtora e cineasta Monique Gardenberg (que ao lado da sua irmã produziu o Free Jazz Festival), do crítico musical e jornalista Zuza Homem de Mello, do produtor e músico Zé Nogueira e do produtor musical Pedro Albuquerque.
Os nomes divulgados merecem todo o nosso respeito e admiração. A grande notícia vem por conta da confirmação do guitarrista Pat Metheny, que volta ao Brasil depois de muitos anos, desta vez ao lado da sua nova Unity Band, composta pelo saxofonista Chris Potter, pelo contrabaixista Ben Williams e pelo baterista Antonio Sanchez. Pela sua importância, será o único artista que terá uma noite exclusiva no Festival. Também ele traz na bagagem o prestígio de vinte prêmios Grammy e três discos de ouro.
A contrabaixista e cantora Esperanza Spalding, frequentadora assídua do nosso país e única representante feminina desta edição do festival, traz uma super orquestra de onze músicos e mostrará seu novo trabalho “Radio Music Society”, lançado no ano passado e também premiado com o Grammy.
O versátil e celebrado pianista Brad Melhdau que tem como característica gravar temas do Rock com a linguagem jazzística, vem acompanhado do seu trio e existe uma grande possibilidade do encontro no palco com Pat Matheny, repetindo a parceria do ano de 2006, quando gravaram um disco. E Melhdau revelou que quando ouviu o disco “Travels” (1982) de Metheny, aquele som mudou a sua vida. E digo que além deste disco, considero como imperdíveis os discos “Watercolors” e “American Garage”, todos da fase inicial da carreira do guitarrista.
Os outros destaques ficam pelas vindas do saxofonista Joshua Redman, que apresenta o projeto “James Farm”, o renomado saxofonista Joe Lovano e o trompetista Dave Douglas, que farão uma homenagem ao saxofonista Wayne Shorter. E do Brasil, a presença do pianista e multi instrumentista Egberto Gismonti, que terá ao seu lado a Orquestra Corações Futuristas, formada só por jovens talentos. E mais o baterista Johnathan Blake, que vai trazer o seu Jazz contemporâneo do seu primeiro disco.
Uma programação diversificada e que vai atrair um público mais jovem na sua plateia. Talvez aí esteja a grande sacada dos organizadores do festival, que escolheram propositalmente nomes que tem entrada com os mais jovens, possibilitando despertar um sentido de renovação para o gênero.
O Jazz passa por um processo natural de atualização do seu público e é muito importante oferecer possibilidades de acesso para um número maior de pessoas, que servirá para fortalecer ainda mais o momento positivo que o gênero vive atualmente.
Guitarra e violão. Estados Unidos e Brasil, unidos por um bom propósito: a boa música. O violonista, guitarrista, arranjador e compositor paulista Chico Pinheiro, um dos nomes mais expressivos e criativos da nova geração de músicos do país, encontrou com o guitarrista de Jazz americano, Anthony Wilson, que nos últimos anos tem acompanhado a pianista e cantora canadense Diana Krall.
Lançaram no ano de 2007, o CD “Nova” pelo selo independente Buriti e o repertório de doze temas, numa mistura bem equilibrada do Jazz, Bossa Nova, Samba e ritmos latinos.
Conseguiram realizar a proeza de reunir uma dezena de músicos talentosos e convidados especiais como Ivan Lins, Cesar Camargo Mariano, Dori Caymmi e Armando Marçal.
Anthony Wilson é curiosamente um apaixonado pela música brasileira e quando conheceu o trabalho de Chico Pinheiro, numa de suas constantes vindas ao nosso país, o convidou para registrarem em estúdio suas afinidades musicais.
O repertório traz composições autorais e de outros compositores e seleciono como destaques “Café com Pão”, “Laranjeiras”, o samba jazz contagiante de “Cuba”, a faixa título “Nova”, “Two Fives” e “Requebre Que Eu Dou um Doce”.
A musicalidade da dupla é absurda e apesar de mundos e linguagens diferentes, eles conseguiram realizar um trabalho de extremo bom gosto e com muita naturalidade.
Postado em: 22/04/2013
Deixe um comentário. É importante o preenchimento de todos os campos.