Na semana passada, escrevi sobre o BMW Jazz Festival, que considero como o mais importante do país. E esta semana, destaco o Best Of Blues Festival, que em sua primeira edição, já nasce como o mais importante do gênero.
Os festivais ocorrerão em datas bem próximas. Acaba um, começa o outro. O festival de Blues, organizado pela Dançar Marketing, vai acontecer somente na cidade de São Paulo, no WTC Golden Hall, entre os dias dez e treze de junho e também promete movimentar a já incomparável e diversificada noite paulistana.
O local escolhido vai ganhar um auditório para duas mil e quinhentas pessoas, que confortavelmente, poderão curtir os shows num formato bem intimista, possibilitando inclusive, que a plateia fique bem próxima do palco. Uma excelente pedida.
É importante destacar que o Jazz e Blues estão ganhando cada vez mais espaço na mídia e com estas duas grandes realizações, os gêneros vão poder chegar mais perto do grande público (dos seus fãs de carteirinha e os da nova geração), tão carente de boas opções.
Lamento apenas que os festivais ocorram em datas muito próximas e acredito que isso possa até prejudicar um pouco a presença do público, que deverá priorizar entre este ou aquele festival, em razão do seu gosto pessoal e principalmente pela sua capacidade financeira.
Entendo que o público interessado nestes dois eventos, é muito parecido, para não dizer que é quase o mesmo em sua totalidade, e torço para que no ano que vem os calendários sejam mais espaçados, para o bem da cultura do nosso país.
O Best Of Blues Festival traz como atrações nos seus quatro dias de realização, nomes de peso, como o do lendário guitarrista Buddy Guy que trará a sua inconfundível sonoridade ácida (referência obrigatória para Jimi Hendrix), o padrinho do Blues inglês, o guitarrista, pianista, gaitista e cantor John Mayall, o excêntrico e talentoso pianista e cantor de New Orleans, Dr.John, o cantor, guitarrista e multinstrumentista Taj Mahal, trazendo a mistura do ritmo caribenho e africano para o Blues, o talentoso guitarrista luso-brasileiro Nuno Mindelis, a surpreendente cantora Shemekia Copeland e o roqueiro Chris Cornell, que fará uma apresentação muito esperada pelo público. Os artistas vão se revezar nas quatro noites do festival, que pelo “line up” divulgado, promete shows memoráveis.
Eventos paralelos estão agendados, com destaque para a exibição de alguns dos filmes da premiada série documental “The Blues”, idealizado pelo famoso cineasta Martin Scorcese, com longas assinados por Clint Eastwood, Win Wenders e pelo próprio Scorcese. Serão exibidos os longas, “Feeling Like Going Home”, “Piano Blues” e “The Soul Of a Man”, além de mais três produções de um projeto que destaca a trajetória do gênero musical e de suas principais estrelas.
No final do mês de maio, será inaugurada também a “Expo Blues”, com fotos do renomado fotógrafo Dick Waterman, no Shoppind D&D, vizinho do WTC Golden Hall. Ele dedicou sua carreira para fotografar o Blues pelo mundo afora e lá poderão ser vistas imagens raras do seu acervo, que pela primeira vez visitará o Brasil.
O único ponto negativo a destacar é o valor elevado dos ingressos. Os preços estão bem salgados e serão distribuídos em oito setores, que começam na faixa dos R$ 250,00 e podem chegar até R$ 1.200,00.
Uma pena, pois acredito que os valores deveriam ser mais acessíveis ao público, mesmo reconhecendo a dificuldade dos organizadores em trazer numa mesma edição tantos nomes de peso.
Neste ponto, o BMW Jazz Festival sai em vantagem do Best Of Blues Festival, no quesito acessibilidade. O alto preço dos ingressos pode ser uma barreira para o público interessado. Defendo a tese de que quanto mais acessível ao grande público, melhor.
Sua voz tem o raro timbre da inesquecível cantora Billie Holiday, mas essa comparação obrigatória não tira o brilho do seu talento, que passeia seu belo e inconfundível estilo e voz afinada, pelo Jazz, Blues, Folk e R&B.
Ela acaba de lançar o belíssimo CD “The Blue Room”, pelo selo Universal/Emarcy, inspirado no clássico LP “Modern Sounds In a Country And Western Sound”, lançado no ano de 1962, pelo genial cantor e pianista Ray Charles.
O disco basicamente teria apenas releituras das canções do disco, mas aos poucos Madeleine Peyroux incorporou ao repertório, algumas outras belas canções escolhidas por ela e pelo produtor Larry Klein, seu parceiro de longa data.
Sugiro apenas que você não faça qualquer comparação com o disco original. A proposta musical é muito diferente e nesta atualização ela conseguiu incorporar outra atmosfera, mais emocional e melódica.
Seus parceiros foram Dean Parks nas guitarras, Jay Bellerose na bateria, Larry Goldings no Hammond B-3 Organ, David Pitch no contrabaixo e John Sneider no trompete, incluindo também uma orquestra de cordas, dirigida por Vince Mendoza.
O repertório traz os temas revisitados “Take These Chains From My heart”, “Bye Bye Love”, “Born To Lose”, a minha preferida “I Can’t Stop Loving You”, e as novidades “Bird On The Wire”, “Changing All Those Changes” e “Guilty”.
Uma bela e agradável trilha sonora reunindo vários gêneros e uma interpretação muito marcante da cantora.
Postado em: 29/04/2013
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