No ano de 2015, o Blues e a música perderam um de seus nomes mais importantes. O gigante Riley Ben King, ou simplesmente, B.B. King, considerado o Rei do Blues e um dos guitarristas mais importantes de todos os tempos, nos deixava aos 89 anos, na cidade de Las Vegas, enquanto dormia.
Descansou em plena paz, aquele que teve propositalmente nas iniciais do nome, as letras B.B., de Blues Boy. E que também cantava e compunha com absoluto talento. Sua carreira vitoriosa durou mais de 60 anos, que resultaram na venda de milhões de discos em todo o mundo, mais de 50 álbuns primorosos, mais de uma dezena de prêmios Grammy e condecorações no Hall da Fama da Blues Foundation e do Rock And Roll.
Sua vida foi marcada por intensas e marcantes turnês, que o levaram a conquistar as plateias de mais de 100 países, por onde se apresentou, sempre com alegria, talento e animação.
Curiosamente, desde a década de 50, tocava com a sua inseparável guitarra Gibson, chamada carinhosamente de “Lucille”, sua marca registrada.
Diz a lenda que isso aconteceu em razão de um incêndio, ocasionado por uma briga entre dois homens, que aconteceu em um salão onde ele se apresentava. Como foi necessária a evacuação do local de forma rápida, B.B. King deixou sua guitarra no palco. Desesperado, ele voltou ao local para reaver sua guitarra e escapou por um milagre. No dia seguinte, ele soube que os homens que brigaram e que derrubaram um barril cheio de querosene, que era usado para aquecer o salão, por causa de uma mulher chamada Lucille. E, por esta razão, todas as suas guitarras receberam este nome carinhoso dali por diante.
Lembro com emoção de alguns de seus clássicos gravados, como “The Thrill Is Gone”, “Every Day I Have The Blues”, “When Love Comes To Town”, “You Don't Know Me”, “Three O' Clock Blues”, “Please Love Me”, entre tantas outras inesquecíveis.
Outra curiosidade é que B. B. King foi um músico autodidata e nunca teve uma aula de música sequer com professores convencionais. Coisas que só os gênios conseguem realizar e ele era um destes seres humanos especiais.
Veio ao Brasil em várias oportunidades e a última vez que esteve por aqui, foi no ano de 2012, se apresentando em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.
Tinha também uma ligação afetiva muito forte com a casa de shows paulistana, Bourbon Street Music Club, que considero como a mais importante do Brasil. B. B. King inaugurou, duas décadas atrás a casa de shows, especializada no Jazz e Blues, realizando o grande sonho de seus proprietários, que tiveram a coragem e a ousadia de apresentar uma proposta para ele. E que foi aceita prontamente. E, depois disso, foram várias apresentações na casa. Por esta razão, a sua guitarra Lucille está exposta na entrada da casa, como um verdadeiro troféu e talismã.
O genial B.B. King, pode ser considerado como o verdadeiro e único rei do Blues. Sua música e imagem eternamente alegres, estarão sempre conosco.