ATÉ BREVE NATALIE COLE & GILBERTO MENDES

ATÉ BREVE NATALIE COLE & GILBERTO MENDES

ATÉ BREVE NATALIE COLE & GILBERTO MENDES

A música perdeu recentemente dois de seus grandes representantes: primeiro a cantora de Jazz, Natalie Cole, filha do inesquecível pianista, cantor e “Show Man” Nat King Cole e sobrinha do genial cantor e pianista Freddy Cole, que nos deixou no  dia de 2015 e logo depois, no primeiro dia de 2016, o compositor santista de música erudita e de vanguarda, Gilberto Mendes. Perdas irreparáveis e muito sentidas.
 
A cantora Natalie Cole começou a cantar ainda menina, com apenas 13 anos de idade. Muito versátil e talentosa, ela passeou no início de carreira pela Soul Music e pelo R&B, alcançando um resultado mediano, com vários lançamentos.
O divisor de águas da sua carreira aconteceu no ano de 1991 com a insuperável regravação do clássico “Unforgettable”, com um dueto póstumo ao lado do seu saudoso Pai, Nat King Cole, que lhe rendeu merecida fama e reconhecimento absoluto, que pode ser sentido até os dias de hoje. Coisas que só a alta tecnologia pode fazer e o resultado final foi surpreendente e emocionante.
 
Para ser uma dimensão disso, o disco “Unforgettable... With Love” vendeu mais de 7 milhões de cópias só nos Estados Unidos e ganhou 6 prêmios Grammy e foi contemplado como Álbum do ano.
Vale ressaltar também que, quando ela se posicionou como cantora de Jazz, sua carreira decolou e isso lhe rendeu no total 9 prêmios Grammy, mostrando que a sua escolha foi absolutamente certeira.
Voz maravilhosa, dicção perfeita e uma beleza que encantava em todos os locais onde se apresentava fizeram de Natalie Cole uma cantora, que fez valer seu sobrenome de peso e conseguiu através do seu raro talento, trabalho sério e cuidadoso, conquistar seu espaço.
 
Por outro lado, o maestro e compositor santista Gilberto Mendes foi um dos personagens mais importantes da nossa música. Levou o nome da cidade de Santos, que tanto amava, para todas as partes do planeta.
Começou na música aos 18 anos no Conservatório Musical de Santos e como era um homem visionário e de vanguarda, foi o fundador na década de 60 do Festival Música Nova de Santos.
 
Tive a honra e o privilégio de conviver com ele mais de perto na época em que presidi o Jazz Clube de Santos, no final da década de 80 e início da década de 90, onde descobri que ele, além da música erudita, era um grande conhecedor e incentivador do Jazz.
Ele sempre esteva presente em todos os eventos musicais que realizamos em diversos locais da cidade, como o saudoso Bar da Praia e também nos Teatros do Sesc e Municipal. É a boa lembrança que levarei dele comigo.
 
Ainda acho que ele deveria ter tido aqui no Brasil um maior reconhecimento pelo seu trabalho e talento, porém, como estamos no Brasil, onde a cultura e a arte são colocadas em segundo plano, pode parecer natural esta constatação. Ouso dizer que ele é mais conhecido fora do país, do que aqui na sua terra natal.
De qualquer forma, sua obra é muito valiosa e servirá de norte para as futuras gerações, que um dia poderão descobrir que, através da música, suas vidas foram transformadas.

 

 

 

 

No Olho da Rua – “Samba-Jazz 40º”

Ouvi a primeira vez o grupo "No Olho da Rua" por indicação do amigo Carlos Alberto Afonso, proprietário da "Toca do Vinicius", local abençoado pelos acordes da Bossa Nova, no coração do bairro de Ipanema, no Rio de Janeiro.
Este CD, totalmente financiado pelo patrocínio dos amigos (o 6º. da carreira do grupo), foi idealizado por Ruy Castro, uma das maiores autoridades da Bossa Nova do planeta, que teve a ideia do CD conceitual e foi o responsável pela escolha do repertório.
 
E como ele bem escreveu na contracapa: "é uma viagem do No Olho da Rua aos anos 60, em que as boates do Beco das Garrafas ferviam a essa temperatura e o samba-jazz era o braço armado da Bossa Nova".
E a capa do CD também presta uma homenagem a César Vilela, criador das capas do selo Elenco, que viraram marcas registradas da Bossa Nova.
 
O grupo é formado por Paulo Rego no sax e flauta, Nito Lima no violão e guitarra, Eduardo Henrique no piano, Gustavo Schnaider na bateria e Rodrigo Ferreira no contrabaixo.
Destaco os temas "Samba de Rei", "Alegria de Viver", "Quintessência", "Estamos Aí", "Eu e a Brisa" (num duo emocionante de sax e guitarra), "Rio" (apresentado num arranjo muito criativo), "The Red Blouse" e o clássico do jazz "The Blues Walk", revisitado numa levada com muita Bossa.
 
Os caras deram conta do recado. Este CD tornou-se o meu preferido do grupo.
E marque na sua agenda, pois o grupo vem lançar o CD em Santos e será uma das grandes atrações do Rio-Santos Bossa Fest 2016, que acontecerá nos dias 24 e 25 de janeiro no Teatro Guarany, com entrada franca. Imperdível !!!

 

 

Paulo Rego – “Compor”

O saxofonista, flautista, compositor e arranjador carioca Paulo Rego lançou em 2013 seu primeiro trabalho solo de forma independente, apresentando inspirados arranjos e composições autorais.
O instrumentista lidera o grupo "No Olho da Rua", que já tem vários discos lançados e que se destaca principalmente pelas apresentações ao ar livre, sempre muito democráticas, preferencialmente realizadas nas praias de Ipanema, Copacabana e Leblon na cidade do Rio de Janeiro.
 
Gravado nos estúdios do selo Biscoito Fino, o CD traz 10 faixas e contou com o acompanhamento de seus grandes parceiros, com destaque para Eduardo Henrique no piano, Pedro Franco no violão e guitarra, Rodrigo Ferreira no contrabaixo e Xande Figueiredo na bateria, além das participações especiais do "mestre" Guinga no violão, Geraldo Costa no trombone, José Arimatéia no flugelhorn, Julio Merlino no sax tenor. Pedro Bittencourt, Luciano Corrêa no violoncelo e Felipe Ventura no violino.
 
Destaco os temas: "Pra Maria Sorrir", "Café com Guinga" (que contou com a participação do homenageado), "Clube do Edu", "Das Esferas", "Maresia" e a faixa título "Compor".
Um CD muito bonito e diversificado pelos ritmos e influências, e que deixa claras as marcas de expressão deste músico que possui uma excelente formação musical.

 

 


Postado em: 11/01/2016

 


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