O Jazz perdeu no último dia 12 de fevereiro, um de seus maiores cantores e improvisadores de todos os tempos. Seu nome: Al Jarreau.
Considerado como um dos melhores cantores de Jazz de todos os tempos, Jarreau em mais de 50 anos de carreira, vendeu milhões de discos, faturou 7 prêmios Grammy e também se identificava muito com o Pop e o R&B.
Gostava muito do Brasil e já tinha se apresentado por aqui em diversas vezes, sempre com muito sucesso.
Em 1985, se apresentou na primeira edição do Rock In Rio, para uma plateia de mais de 200 mil pessoas. E repetiu o mesmo festival, 30 anos depois em 2015, desta vez ao lado do genial pianista e cantor Marcos Valle.
Tive a sorte de assistir algumas apresentações dele ao vivo e duas dela se destacaram. A primeira, no Brasil, no Free Jazz Festival em São Paulo, onde ele se apresentou ao lado de uma super banda, liderada pelo também saudoso pianista e tecladista Joe Sample. Show absolutamente impecável.
A segunda, no México, no Riviera Maya Jazz Festival em Playa del Carmen, numa apresentação pé na areia inesquecível também. O público de mais de 15.000 pessoas, vibrou intensamente com a sua apresentação. Muito carisma e talento extremo. Além de uma simpatia ímpar.
Para mim foi um dos cantores mais hábeis na técnica de improvisação que já assisti pessoalmente, sempre surpreendendo com solos inimagináveis.
Começou a cantar muito cedo, aos 4 anos de idade ao lado dos irmãos, talvez por influência familiar, seu pai era pastor e sua mãe pianista.
Curiosamente antes da música, se formou em Psicologia e seu trabalho como Conselheiro de Recuperação sempre foi muito respeitado, pois sempre teve a preocupação de curar e consolar os que sofriam.
A carreira musical veio somente num segundo momento, mais precisamente na década de 60, quando já tinha 30 anos de idade, mostrando sua maturidade.
Da sua incrível discografia, destaco os álbuns: “We Got By”, “Glow”, “This Time”, “Breakin' Away”, “Jarreau”, “Al Jarreau In London”, “Tenderness”, “George Benson & Al Jarreau – Givin' It Up” e “My Old Friend – Celebrating George Duke”, seu último disco lançado.
Algumas interpretações inesquecíveis, como “Moonlight”, tema de abertura da série de TV dos anos 80, “A Gata e o Rato”, os clássicos “Mornin'”, “After All”, “We're In This Love Together”, “Your Song”, “I Will Be Here For You”, “Mas que Nada”, Água de beber” e a versão definitiva do clássico do Jazz, “Take Five”.
Em seu site, foi publicada uma emocionante homenagem e o texto diz “que a prioridade do cantor sempre foi trazer alegria às pessoas. Fosse dor emocional ou desconforto físico, ele precisava tranquilizar nossas mentes e trazer paz aos nossos corações. Ele precisava ver um sorriso quente e verdadeiro onde não havia um antes. A música era apenas uma ferramenta para fazer isso acontecer”.
Outro grande cantor que infelizmente nos deixa, mas sua obra musical vai perdurar para sempre. Até breve, Mr. Al Jarreau!