No dia 15 de maio, o genial cantor Cauby Peixoto, com 85 anos de idade, nos deixou, depois de uma intensa batalha contra vários problemas de saúde, que o acompanharam nos últimos tempos e o levaram a várias internações hospitalares.
Apesar disso, conseguiu estar ativo e no topo até o último momento. Não poderia ser diferente disso, com Cauby Peixoto.
A última apresentação do cantor ocorreu no último dia 3 de maio no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, ao lado de sua inseparável amiga e parceira, a cantora Angela Maria, com o show da turnê de sucesso “120 Anos de Música”.
A carreira musical deste carioca de Niterói começou no início da romântica década de 50, em programas de calouro e como “crooner” em diversas casas noturnas da cidade do Rio de Janeiro.
Pelas mãos do empresário Di Veras, que o conheceu em 1954 e passou a cuidar da sua carreira, Cauby ganhou figurino e uma estética mais chamativa.
Foi um dos grandes ídolos da chamada “Era de Ouro do Rádio” pela Rádio Nacional e gravou 49 álbuns com os temas “Blue Gardenia”, “Conceição”, “Bastidores”, “Começaria Tudo Outra Vez”, “New York, New York”, “Onde Anda Você”, “Gente Humilde”, entre tantos outros sucessos.
No ano de 1980, sua carreira ganhou uma nova força quando gravou o LP “Cauby! Cauby!”, em comemoração dos 25 anos da sua carreira. Gravou vários temas importantes de Chico Buarque, Joanna, Caetano Veloso, Jorge Ben, Tom Jobim, Erasmo e Roberto Carlos. Com o lançamento do disco, ele voltou a receber convites importantes para se apresentar com maior frequência em vários palcos pelo Brasil.
Outro momento importante, que destaco na sua carreira, foi a gravação no ano de 1995, do CD “Cauby Canta Sinatra”, que contou com a participação especial de vários cantores como Caetano Veloso, Daniela Mercury, Emilio Santiago, Gal Costa, Gilberto Gil, João Bosco, Nana Caymmi, Ney Matogrosso, Rosa Maria, Zizi Possi e Dione Warwick. O disco com 13 faixas foi produzido por José Maurício Machline e o cantor foi acompanhado pela banda de jazz, “Heartbreakers”, e também, por uma orquestra de cordas. Cauby cantou magistralmente 13 canções do repertório clássico do cantor americano, que ele ouvia desde menino.
Outro momento importante, que me lembro, foi a longa temporada em São Paulo, no famoso Bar Brahma, localizado na esquina das avenidas Ipi-ranga e São João, sempre às segundas, com lotação sempre esgotada. As apresentações neste local, como sempre dizia, faziam ele se lembrar dos tempos, que era “crooner”.
Apesar da idade e de não conseguir mais atingir alguns registros, ele sempre cuidou da sua voz com muita atenção e dedicação. Sabia que era seu instrumento de trabalho e, por esta razão, sempre falava em tom baixo, não abusava das bebidas e do cigarro.
Cauby será sempre lembrado pela sua intensidade, juventude de espírito e pelo fascínio absurdo que exercia nos fãs.
Por onde passava, era muito requisitado para fotos e muitos abraços, retribuídos sempre com muita alegria e prazer.
Foi um grande artista, que sempre tratou seus fãs com muito respeito, atenção e carinho. Vai deixar muitas saudades. Até breve Cauby !!!