O Blues e a música estão de luto. No final desta semana, aos 89 anos, na cidade de Las Vegas, enquanto dormia, faleceu o gigante Riley Ben King, ou simplesmente, B.B. King, considerado o Rei do Blues e um dos guitarristas mais importantes de todos os tempos.
Descansou em plena paz, aquele que teve propositalmente nas iniciais do nome, as letras B.B., de Blues Boy. E que também cantava e compunha com absoluto talento.
Sua carreira vitoriosa durou mais de 60 anos, que resultaram na venda de milhões de discos em todo o mundo, mais de 50 álbuns primorosos, mais de uma dezena de prêmios Grammy e condecorações no Hall da Fama da Blues Foundation e do Rock And Roll.
Sua vida foi marcada por intensas e marcantes turnês, que o levaram a conquistar as plateias de mais de 100 países, por onde se apresentou, sempre com alegria, talento e animação.
Curiosamente, desde a década de 50, tocava com a sua inseparável guitarra Gibson, chamada carinhosamente de “Lucille”, sua marca registrada.
Diz a lenda que isso aconteceu em razão de um incêndio, ocasionado por uma briga entre dois homens, que aconteceu em um salão onde ele se apresentava. Como foi necessária a evacuação do local de forma rápida, B.B. King deixou sua guitarra no palco. Desesperado, ele voltou ao local para reaver sua guitarra e escapou por um milagre. No dia seguinte, ele soube que os homens que brigaram e que derrubaram um barril cheio de querosene, que era usado para aquecer o salão, por causa de uma mulher chamada Lucille. E, foi assim, todas suas guitarras receberam este nome carinhoso.
Lembro com emoção de alguns de seus clássicos gravados, como “The Thrill Is Gone”, “Every Day I Have The Blues”, “When Love Comes To Town”, “You Don't Know Me”, “Three O' Clock Blues”, “Please Love Me”, entre tantas outras inesquecíveis.
Outra curiosidade é que B. B. King foi um músico autodidata e nunca teve uma aula de música sequer com professores convencionais. Coisas que só os gênios conseguem realizar e ele era um destes seres humanos especiais.
Veio ao Brasil em várias oportunidades e a última vez que esteve por aqui, foi no ano de 2012, se apresentando em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.
Tinha também uma ligação afetiva muito forte com a casa de shows paulistana, Bourbon Street Music Club, que considero como a mais importante do Brasil.
B. B. King inaugurou, duas décadas atrás a casa de shows, especializada no Jazz e Blues, realizando o grande sonho de seus proprietários, que tiveram a coragem e a ousadia de apresentar uma proposta para ele. E que foi aceita prontamente. E, depois disso, foram várias apresentações na casa. Por esta razão, a sua guitarra Lucille está exposta na entrada da casa, como um verdadeiro troféu e talismã.
Até breve, B.B. King, o verdadeiro e único rei do Blues. Sua música e imagem eternamente alegres, estarão sempre conosco.
Destaco o raríssimo CD “Spotlight On Lucille”, do saudoso guitarrista e cantor de Blues, B.B. King, que foi lançado no ano de 1986, pelo Selo Ace Records.
Trata-se de um disco com 12 faixas instrumentais, que destacam o talento e virtuosismo deste gênio da música, que foi acompanhado pela sua inseparável e lendária guitarra Gibson “Lucille”.
As gravações foram feitas originalmente entre os anos de 1960 e 1961 e contaram com a presença de uma banda afinada e também uma superorquestra de metais.
Os temas “Slidin' And Glidin'”, “Blues With B.B.”, “King Of Guitar” e “38TH Street Blues” são de arrepiar.
Você vai poder conferir neste trabalho toda a técnica apurada, e com certeza, vai se surpreender com a sonoridade mágica de B.B. King.
Considero como um de seus trabalhos mais brilhantes e especiais. E, para que gosta de Blues, é um disco obrigatório e indispensável.
A cantora Ella Fitzgerald e o trompetista e também cantor Louis Armstrong podem ser considerados como mestres fantásticos e nomes emblemáticos da rica e fascinante história do Jazz.
No ano de 1956, em Los Angeles, no mítico Capitol Studios, eles iniciaram, para o selo Verve, uma parceria intensa e bem sucedida que rendeu mais dois encontros posteriores em estúdio: Ella & Louis Again (1957) e Porgy and Bess (1958).
Outra ideia genial do produtor Norman Granz, responsável por verdadeiras pérolas da história da nossa música. Um daqueles caras visionários e empreendedores que teve a sorte de ter em suas mãos os maiores artistas do Jazz de todos os tempos. Estava no lugar certo, na hora certa e com as pessoas certas. Não tinha como dar errado e o resultado natural são belos discos produzidos por ele que são executados e idolatrados até os dias de hoje. Coisas que só a música pode fazer.
Neste primeiro encontro de Ella & Louis, juntaram-se Oscar Peterson no piano, Herb Ellis na guitarra e Buddy Rich na bateria. Um time de músicos de primeira linha que contribuiu com seu grande talento para o resultado final surpreendente do disco.
O repertório selecionado é muito especial e destaco os temas “Can't We Be Friends”, “Moonlight In Vermont”, “They Can't Take That Away From Me”, “The Nearness Of You” e as minhas preferidas “Tenderly”, “A Foggy Day”, “Cheek To Cheek” e “April In Paris”.
Este disco pode ser um bom começo de jornada para aqueles que tenham alguma resistência ao Jazz, mas que se permitem em conhecê-lo melhor.
Tenho certeza de que a sonoridade destas gravações irá invadir naturalmente seu cérebro, coração e alma. Não duvide disso.
Postado em: 18/05/2015
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