Um ano depois da estreia nos cinemas do documentário “A Música Segundo Tom Jobim”, atualmente já disponível em DVD, o renomado cineasta Nelson Pereira dos Santos entregou, em 2013, o segundo filme homenageando o nosso querido maestro, “A Luz do Tom”.
O roteiro do filme foi assinado por ele e pela cantora Miúcha Buarque de Holanda, irmã de Chico Buarque.
Se no primeiro filme a música e as suas grandes composições foram o destaque (apenas som e imagem, sem qualquer palavra), já no segundo filme, o destaque ficou por conta da sua intimidade, contada sob o olhar de três mulheres muito importantes na sua vida: a saudosa Helena Jobim, sua irmã, que faleceu em 2015, Thereza Hermanny, sua primeira esposa e Ana Lontra Jobim, sua segunda esposa. Elas foram as grandes protagonistas do documentário.
Helena relembra a infância e juventude e também os primeiros anos da formação musical do maestro, gravando nos belos cenários de Florianópolis, como a Lagoa da Conceição e as praias da Joaquina e Moçambique (locações que tiveram a inspiração de Paulo Jobim, filho de Tom, que disse que aquela região litorânea de Santa Catarina lembrava muito a paisagem do Rio de Janeiro dos anos 30, semelhante ao local onde Tom cresceu). Já Thereza fala dos seus primeiros anos de carreira e o seu auge, tendo destaque, nas locações, o Sítio do Brejal, em Itaipava, na região serrana do Rio. Já Ana conta as suas passagens mais divertidas e sua fase final de vida, com a locação do Jardim Botânico do Rio, um dos locais preferidos do nosso saudoso maestro. Ele sempre dizia “que o Jardim Botânico fazia parte do quintal da minha casa”. Como curiosidade, a parte musical contou com o tema “Três Apitos” de Noel Rosa, única música do documentário que não era de sua autoria. As demais são de autoria do maestro, e foram apresentadas no filme respeitando o período narrado pelas protagonistas.
O filme traz também belas imagens aéreas, com destaques para a mata, a água e o urubu (ave de rapina preferida de Tom), que recebeu curiosamente um destaque especial no documentário.
A inspiração para o nome do documentário de Nelson Pereira dos Santos veio do título do livro escrito anos atrás pela irmã de Jobim, Helena (que foi uma das protagonistas do filme), “Antonio Carlos Jobim – Um Homem Iluminado”.
O diretor tinha com o maestro uma íntima relação de amizade desde os tempos do Cinema Novo e do início da Bossa Nova. Fez com ele um programa especial em quatro episódios para a extinta TV Manchete, que teve grande repercussão na época e mais recentemente os dois filmes. O primeiro filme foi um sucesso de público e crítica. E o segundo, seguiu o mesmo caminho. Mais uma prova de que a intensa luz de Tom Jobim continuará a iluminar nossos caminhos.
Um gênio que, através da sua música, marcou para sempre a sua passagem pelo planeta Terra, marcando definitivamente as nossas vidas.