KLEBER SERRADO – DOIS PÓLOS, UMA VERTENTE

KLEBER SERRADO – DOIS PÓLOS, UMA VERTENTE

 

KLEBER SERRADO – DOIS PÓLOS, UMA VERTENTE

 
Quero começar o ano de 2013 destacando um raro talento radicado aqui no litoral, o cantor Kleber Serrado, que acaba de lançar seu segundo trabalho solo “Dois Pólos, Uma Vertente”, contendo suas inspiradas composições e também dos seus parceiros musicais, editado pelo selo da Cooperativa de Música do Estado de São Paulo, apresentando uma mescla bem equilibrada de MPB, com pitadas do Jazz e até do Samba de raiz. Vigor de qualidade para a nossa música.
O show de lançamento ocorreu recentemente no Teatro Guarany e foi um verdadeiro sucesso. Merecidamente, pois se trata de um artista de talento que prima sua caminhada musical com muita pesquisa e critério. Já são dez anos de carreira, shows em diversas casas noturnas aqui na região e em São Paulo e acredito em vôos maiores na sua carreira daqui para frente. 
O disco já havia destacado alguns meses atrás no site da Rádio Jornal da Orla/Digital Jazz e confesso que fiquei muito surpreso com a alta qualidade do seu trabalho, que também está sendo disponibilizado integralmente pela internet, no portal do artista  www.kleberserrado.com.br
Maduro e consistente traz dez faixas, divididas em duas partes como o próprio artista definiu, falando nas cinco primeiras faixas das suas experiências de vida, dos seus sentimentos e impressões relacionados à felicidade, harmonia, fraternidade e esperança. 
Desta fase de composições, participaram ao seu lado na Direção Musical, arranjos e  vários instrumentos, Toninho Six, no saxofone Roberto Bendas, na bateria Fabiano Guedes, na viola de gamba Albino e os convidados especiais, na voz Nataly, na guitarra Ayrton Boka (um dos profissionais de áudio mais feras que já conheci e que foi responsável pela gravação de cinco temas no seu estúdio) e no violão Jota R. Destaco os temas “Inverno”, “Entropia”, “Mensagem Pra Você”, “Pedras Preciosas” e “My Wish”.
Já na outra metade, o cantor fala de suas impressões sobre o mundo atual e de suas flagrantes conturbações. Aí entram em cena na Direção Musical, arranjos, piano e vários instrumentos, o inspirado e talentoso Theo Cancello, no contrabaixo Glecio Nascimento, novamente nos metais Roberto Bendas e na bateria Fabiano Guedes, no violão Bruno Conde, na percussão Delcinho Mendes e o convidado especial no contrabaixo, Rodrigo Girão. Merecem destaque os temas “Desatino”, “Velho Desconhecido” e “Mãos Atadas”.
Tenho que confessar que gostei mais da sua fase que enxerga a vida com bons olhos. E sinto que estas melodias são muito bem vindas como trilha sonora para o início de mais um ano, que tem tudo para ter uma marca positiva. Está mais do que na hora de fazermos a nossa parte, praticando gestos e ações mais elevadas. E nas suas interpretações, constatei muito romantismo e belas poesias. Inspiradoras para começar muitíssimo bem 2013. 
 
 
 

Chega de Saudade - “The Best Of Bossa Nova”

 

A leitura do livro “Chega de Saudade” (1990 – Companhia das Letras) é obrigatória para aqueles que querem conhecer as histórias verdadeiras da Bossa Nova, contadas por aqueles que verdadeiramente a viveram. E não apenas pelos seus protagonistas principais, os músicos. A idéia genial do livro e deste CD (EMI – 1993) é de autoria de Ruy Castro, uma das maiores autoridades sobre o tema. Então, como ele mesmo diz “leia o livro, escute a música”. E recomendo também a leitura dos seus outros livros musicais “Saudades do Século XX” (1994), “Ela É Carioca” (1999), “A Onda Que Se Ergueu No Mar” (2001), “Rio Bossa Nova” (2006) e “Tempestade De Ritmos” (2007).
O ponto de partida do CD é a antológica gravação de “Chega de Saudade”, de João Gilberto, datada de 10 de julho de 1958 e que é considerada como marco inicial da Bossa Nova. Depois dela, tudo aconteceu e acontece até os dias de hoje. E mais “Samba de Verão” com Marcos Valle, a primeira gravação de “Garota de Ipanema” com Pery Ribeiro, “Influência do Jazz” com Carlos Lyra, “Menina Feia” com Roberto Menescal, “Você” com Milton Banana Trio, “Estamos Aí” com Leny Andrade, “A Rã” com João Donato e também “A Noite Do Meu Bem” com Lúcio Alves, a quem Ruy Castro dedicou este disco. E podemos encontrar outros grandes nomes como Sylvia Telles, Dick Farney & Claudete Soares, Doris Monteiro, Roberto Paiva, Norma Bengell e Bossa Três.
E como Ruy Castro diz no encarte do disco, “Como a Bossa Nova conseguiu esta façanha? Pela qualidade de sua música – e há 22 provas disto neste CD – e dos artistas que a eternizaram”. Um CD histórico e obrigatório para aqueles que amam a Bossa Nova.
 
 

A Onda Que Se Ergueu No Mar – “Novos Mergulhos na Bossa Nova””

Em 2001, Ruy Castro lançou o livro que leva o mesmo nome (pela Editora Companhia das Letras) e no ano seguinte, assim como fez anteriormente, lançou a versão musicada do livro num CD duplo com vinte e oito faixas. Reuniu temas gravados nas décadas de 50 e 60 e outros gravados recentemente.
E nos discos podemos constatar que a Bossa Nova esta mais viva e atualizada do que nunca. É atemporal, não é do passado, nem do presente. É para sempre. E a seleção do disco foi mesclada pelos nomes tradicionais com os novos nomes do gênero.
A seleção de temas do disco um abre com “Wave” com “Os Cariocas” e depois destaco “Two Kites” com Mario Adnet, “Eu Gosto Mais Do Rio” com Nara Leão, “Tem Dó” com Rio 65 Trio, a belíssima “Tristeza De Nós Dois” com Emílio Santiago, “E Nada Mais” com Os Gatos, “Ela É Carioca” com Quarteto Jobim-Morelenbaum e “Danielle” com o incrível Tamba Trio entre outros.
Já o disco dois abre com “Captain Bacardi” com Antonio Carlos Jobim, e depois destaco “Lindúria” com Ed Motta, “Aquarela Do Brasil” com Ithamara Koorax e Eumir Deodato, “Coisa no. 8” com Moacir Santos, “Leduscha Com Diamantes” com Celso Fonseca e Ronaldo Bastos e muito mais.
Uma idéia genial e que deveria ser seguida pelas Editoras e pelos autores de livros que falem sobre música. Só ficou faltando o filme. Quem sabe, um dia.

Postado em: 07/01/2013

 


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