Jane Monheit - Uma voz doce do Jazz

Jane Monheit - Uma voz doce do Jazz
Ela é talentosa, bonita e a considero como uma das vozes mais marcantes da cena jazzística atual. E você poderá vê-la literalmente nas alturas, mais precisamente no 65º. andar, do Edifício GE Building, que faz parte do complexo Rockfeler Center localizado em Manhattan, Nova York.
O local escolhido para a gravação do Dvd não poderia ser mais especial. A locação foi feita no Restaurante Rainbow Room, um ícone que tinha um visual moderno, romântico, elegante, uma pista de dança giratória, cortinas aveludadas e uma vista simplesmente de chorar.
Infelizmente o espaço está fechado desde 2009 depois de uma divergência comercial entre o poderoso proprietário do local com um famoso administrador de restaurantes. E torço para que ele reabra em breve, pois é um local mítico e especial. Já existe um trabalho formal na cidade para que isso aconteça e confesso que torço muito para que o espaço reabra suas portas. Pela sua importância histórica e emocional, com certeza está acima de qualquer interesse comercial.
O show foi gravado em 23 de setembro de 2002 e consegue captar de forma cristalina e cativante a belíssima “performance” vocal desta cantora que tem fortes ligações com o Brasil. E foi lançado em 2003 no formato DVD pelo selo N-Coded Music.
Ao seu lado, uma orquestra de vinte e sete músicos regida pelo inspirado pianista Alan
Broadbent, e mais os solistas Ron Carter no contrabaixo, Kenny Washington na bateria, René Toledo na guitarra, Joel Frahm no sax tenor entre outras feras.
O repertório eclético passeia com absurdo talento por clássicos do Jazz, pérolas do Pop, e da nossa Bossa Nova e MPB. E como curiosidade, Jane Monheit, em todos os seus trabalhos, sempre abriu espaço para a nossa música.
Merecem ser conferidas com atenção os temas:  “Over The Rainbow”, “More Than You Know”, “Tea For Two”, “Cheek To Cheek” e as nossas “Chega de Saudade (No More Blues)”, “Dindi”, “Começar de Novo”, “Once I Walked In The Sun” e “Águas de Março (Waters Of March)”.
Não deixe de conhecer o trabalho desta cantora que despontou com apenas 20 anos em 1998, quando ficou em segundo lugar numa das mais respeitadas competições vocais dos Estados Unidos, a Thelonious Monk International Jazz Competition.
Todos os seus trabalhos, sem exceção, são de grande qualidade artística e musical e ela pode ser considerada como uma das mais importantes e talentosas vozes femininas do Jazz atualmente. É uma das minhas favoritas.
 
Victor Biglione – “Tangos Tropicais”
 
O Cd lançado em 2010, pelo selo Biscoito Fino pelo talentoso guitarrista argentino (carioca de coração desde os seis anos de idade) Victor Biglione, é um dos discos mais surpreendentes que ouvi nos últimos tempos.
Tangos Tropicais nasceu de uma idéia genial do crítico e produtor musical Nelson Motta, que recomendou que Victor gravasse temas consagrados da nossa MPB na levada passional e romântica do Tango. E não é que esta mistura ficou perfeita e bem encorpada.
O repertório foi escolhido a dedo pelos dois e Victor soube usar com maestria a mistura de suas influências familiares do Tango tradicional admirado pelo seu Pai e Piazzolla pela sua mãe, e que sempre estiveram impregnados em seu DNA musical.
Outro ponto importante que diferencia o trabalho, foram as participações do baterista e percussionista Cláudio Infante que trouxe uma sonoridade exótica aos temas, pulsando todo o seu grande talento e dos também criativos José Lourenço no piano e Marcos Nimrichter no acordeon, simplesmente perfeitos.
“Trocando em Miúdos”, “Tatuagem”, “Esse Cara”, “Angela”, “Mistérios”, “Dois Pra Lá Dois Pra Cá” e “Se Eu Quiser Falar Com Deus” foram reinventadas e reconstruídas com muita qualidade. Deixe-se surpreender por este trabalho que coloca o Brasil (Bossa) e a Argentina (Tango) musical e magicamente interligados para sempre.
 
 
Wanda Sá & Bossa Três
 
A violonista, cantora e compositora paulista e carioca por adoção Wanda Sá é uma das grandes referências da história da Bossa Nova e tem forte entrada no mercado japonês. É uma grande amiga e parceira do guitarrista e compositor Roberto Menescal, seu grande mestre e professor.
Teve a honra de dividir este trabalho definitivo ao lado do grupo Bossa Três, que nasceu e brilhou no Beco das Garrafas, liderado pelo saudoso pianista Luis Carlos Vinhas e que pode ser considerado como um dos pioneiros da Bossa Nova no formato instrumental.
Wanda Sá & Bossa Três foi lançado em 2000 pelo selo Deckdisc e fez parte de um pacote nipônico com vários lançamentos feitos por lá e que também merecem nossa audiência por aqui.
Sebastião Neto no contrabaixo e João Cortez na bateria completaram o time afinado que nos presenteou com a gravação de alguns temas conhecidos fugindo do óbvio, o que dá marca muito positiva ao trabalho.
Você encontrará alguns “medley`s” interessantes e os temas “Errinho À Toa”, “Brisa do Mar”, “Zazueira”, as internacionais “Light My Fire” e “Moonlight/Garota de Ipanema”, com levadas surpreendentes.
Como curiosidade, este foi a última gravação do genial pianista Luis Carlos Vinhas e marcou também o retorno do trio depois de uma parada de mais de trinta anos. Vale muito à pena conferir.

Postado em: 08/10/2012

 


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