DOWNBEAT CRITICS POLL 2012 – 60ª. EDIÇÃO

DOWNBEAT CRITICS POLL 2012 – 60ª. EDIÇÃO
A revista americana “Downbeat”, uma das mais tradicionais e respeitadas publicações no segmento do Jazz & Blues, divulgou recentemente a lista parcial dos músicos premiados pelos 186 principais críticos de Jazz  do planeta, que deram seus votos em 62 categorias, individualizadas por estilos e instrumentos.
Para o editor da revista Frank Alkyer a 60ª. Edição da pesquisa foi uma das mais interessantes de todos os tempos, não apenas por atingir a marca histórica, mas pelo reconhecimento artístico recorde, especificamente dos pianistas Vijay Iyer e Robert Glasper, que ganharam indicações em 5 categorias.
A lista completa dos vencedores será divulgada na edição deste mês de agosto da renomada revista.
Considero a revista “Downbeat” como a “Bíblia do Jazz”. Ela é conceituada, indispensável, de vanguarda, tradicional, entre tantos outros adjetivos pertinentes.
Como curiosidade, foi editada pela primeira vez em 1º. de julho de 1934 e apesar dos seus 78 anos de vida, não para de dar sinais de rejuvenescimento.  É sinônimo de Jazz.
Selecionei algumas categorias da premiação deste ano: “Hall Of Fame”: Paul Motian; “Disco Histórico”: Miles Davis Quintet – Live In Europe 1967 – The Bootleg Series Vol. 1 – Columbia/Legacy; “Jazz Artist”: Vijay Iyer; “Jazz Album”: Vijay Iyer Trio – Acelerado – ACT; “Jazz Group”: Vijay Iyer Trio; “Piano”: Vijay Iyer; “Big Band”: Maria Schneider Orchestra; “Keyboard”: Herbie Hancock; “Organ”: Joey De Francesco; “Guitar”: Bill Frisell; “Bass”: Christian Mcbride; “Drums”: Jack Dejohnette; “Vocal Masculino”: Kurt Elling; “Vocal Feminino”: Cassandra Wilson; “Blues Artist or Group”: Dr. John; “Album Blues”: Ottis Taylor – Otis Taylor Contrabando – Telarc.
Na categoria “Rising Star Winners”: “Jazz Artist”: Robert Glasper; “Jazz Group”: Robert Glasper Trio; “Piano”: Robert Glasper foram os destaques.
E para aqueles que não conhecem, não foi surpresa para mim a premiação do pianista, compositor, bandleader e produtor radicado em Nova York, Vijay Iyer, que lançou seu primeiro trabalho no ano de 1995. Na sua carreira já tem dezesseis discos lançados como líder, além de mais de uma dezena de participações especiais em trabalhos de outros artistas. O considero um dos pianistas mais criativos da atualidade. Seu estilo é revolucionário e inovador. E aí vai uma dica: para ouvi-lo é necessário estar ciente de que em várias oportunidades ele se afasta do “Jazz tradicional” e este é o ponto que o diferencia dos demais. Em “Aceleardo”, ele arrebentou ao lado do seu trio. Merecida premiação.

 

Oscar Peterson Plays The George Gershwin Songbook
 
O canadense Oscar Peterson é um dos meus pianistas preferidos. No ano de 1996 o selo Verve, um dos mais tradicionais do Jazz, lançou o CD “Oscar Peterson Plays The George Gershwin Songbook”, reunindo gravações feitas pelo pianista nos anos de 1952 e 1956 nos seus dois discos homenageando o genial George Gershwin.
No primeiro set  do disco composto por doze faixas, gravadas no mês de agosto de 1959,  ele foi muito bem acompanhado por Ray Brown no contrabaixo e Ed Thigpen na bateria. E que pode ser considerado como o trio mais famoso da sua carreira.
Meus destaques ficaram para os temas “A Foggy Day”, “Love Walked In”, “Love Is Here To Stay”, “Summertime” e “Nice Work If You Can Get It”. Simplesmente, sensacionais.
Já o segundo set com mais doze faixas, desta vez gravadas entre os meses de novembro e dezembro de 1952, ele foi acompanhado pelo incrível Barney Kessel na guitarra e novamente por Ray Brown no contrabaixo.
Destaco os temas “The Man I Love”, “Fascinating Rhythm”, “I’ve Got A Crusch On You”, “S’Wonderful”, “I Got A Rhythm” e “Love Walked In”.
A produção dos dois discos ficou por conta de Norman Granz, grande mentor do selo Verve e responsável por verdadeiras obras primas, lançadas através dos anos.
Ele inclusive foi determinante na carreira de Oscar Peterson, pois no ano de 1949, Granz o convidou a sair do Canadá para integrar a trupe de “all stars” do “The Jazz At The Philharmonic”, que excursionava pelos Estados Unidos. O sucesso para ele chegou imediatamente e recebeu do público um carinho muito grande.
Improvisador nato e cheio de swing, seu toque no piano é inconfundível. Influenciou vários pianistas e continua até os dias de hoje a influenciar pelo seu estilo raro e marcante. Um grande exemplo também de superação. Nos últimos anos de vida tocou de forma limitada em razão de um derrame.
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Manfredo Fest - Amazonas

O pianista gaúcho Manfredo Fest, também posso considerar como um dos meus pianistas favoritos. Apesar de ter apenas dez por cento da capacidade visual ele esbanjou talento e um virtuosismo sem igual.
Começou a despontar no cenário musical no início dos anos 60 quando se mudou para São Paulo e lá formou seu primeiro trio. Nos anos seguintes gravou vários discos.
A parceria com Sérgio Mendes também foi decisiva e transformadora para sua carreira. Foi no ano de 1967 para os Estados Unidos e não voltou mais. Por lá lançou discos preciosos e marcantes. Levou com ele uma bossa sem igual que encantou o mercado americano.
No ano de 1997 lançou pelo selo Concord Jazz o CD “Amazonas” ao lado de David Finck no contrabaixo, Vanderlei Pereira na bateria, seu filho Phil Fest na guitarra e os convidados especiais Steve Sacks no sax alto e flauta e o surpreendente Hendrik Meurkens na harmônica e no vibrafone.
Destaco os temas “Amazonas”, “Caminhos Cruzados”, “Madison Square”, “Tristeza De Nós Dois”, “Ela É Carioca” e “Estaté”.
Procure saber mais sobre a discografia de Manfredo Fest, principalmente os discos lançados para o mercado americano. Tenho certeza de que você vais se surpreender e se apaixonar pela sonoridade deste brasileiro que fez muito sucesso lá fora e que infelizmente poucos o conhecem aqui no Brasil.
 
 

Postado em: 06/08/2012

 


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