ADAM DUNNING – UM “AUSTRALIOCA” BOSSA NOVA

ADAM DUNNING – UM “AUSTRALIOCA” BOSSA NOVA

ADAM DUNNING – UM “AUSTRALIOCA” BOSSA NOVA

Em primeiro lugar, quero explicar o que significa o termo “australioca”. O cantor, violonista e compositor australiano Adam Dunning se denomina um “australioca”, que é a mistura de um australiano (de nascimento/ sangue) com um carioca (de coração/alma).
Ele é um artista de muito talento da nova safra de intérpretes e demonstra nas suas composições um grande amor pelo nosso país, pela nossa cultura, pela nossa música e principalmente pela Bossa Nova.
 
Sua voz forte e marcante lembra muito os grandes “crooners” do Jazz que cantavam ao lado das inesquecíveis “Big Bands”. Ele mesmo considera que interpreta a Bossa Nova com a voz do Jazz. E suas maiores influências são os cantores Bobby Darin, Dean Martin, Michael Franks e, principalmente, o nosso eterno maestro Antonio Carlos Jobim.
E outros artistas brasileiros que também são referências para ele: o genial pianista e compositor João Donato, o guitarrista e compositor Roberto Menescal (gravou com ambos em duas oportunidades) e também o pianista e compositor Eumir Deodato, com quem ainda sonha gravar um dia.
Curiosamente, advogou até o ano de 2005 em Londres, na Inglaterra e como desde a adolescência era um apaixonado pela Bossa Nova. Resolveu largar tudo e ir morar por uns tempos no Rio de Janeiro (sempre frequentando as praias do Leblon e Ipanema) para poder viver intensamente o nosso clima e também para se inspirar nas suas composições. E até o seu português, quase fluente (depois de várias aulas particulares), o ajuda a quebrar algumas barreiras. Sem falar no seu apetite, sempre aguçado a devorar um irresistível feijão bem temperado.
 
E com muita alegria registro mais um caso que comprova a minha tese de que a música possui o raro poder de mudar e transformar a vida das pessoas. Como pode um advogado se tornar uma das maiores revelações da Bossa Nova atual? E ainda mais sendo ele um australiano, nascido em 1971 na cidade de Melbourne. Não é preciso explicar, é necessário apenas sentir, de preferência ouvindo os seus CDs.
E mais uma curiosidade sobre Adam Dunning: quando ele era bebê, seu irmão mais velho tocava todos os dias para ele ouvir os discos do Sérgio Mendes. Talvez esteja aí o segredo de tanta afinidade com o nosso país. Veio de berço, literalmente.
As suas composições, sempre muito inspiradas, falam do mar, da natureza, das florestas, dos animais, sobre ecologia, numa levada bem brasileira, temperada pela genuína e eterna Bossa Nova.
 
Suas turnês são sempre muito concorridas em diversas partes do planeta, principalmente na Austrália, Nova Zelândia, Japão, Estados Unidos, Canadá, Europa, Turquia e claro que também aqui no Brasil. E já estamos aguardando por ele para mais uma turnê aqui no Brasil para o lançamento do novo disco. E tomara que seja muito em breve.
Adam Dunning, um australiano de alma brasileira, que tem a Bossa Nova pulsando nas veias e batendo forte no coração. Sua música tem a cara e a leveza do verão, mas que também pode e deve ser apreciada sem qualquer restrição, no inverno, primavera e outono. Faça chuva ou faça sol.

 

 

Adam Dunning – “Sunset Monkeys”

No ano de 2010, inspirado no Jardim Botânico e na Floresta da Tijuca, localizados na cidade do Rio de Janeiro, Adam Dunning lançou, pelo selo australiano Sunset Club, o CD “Sunset Monkeys”, gravado totalmente no Brasil, na bela e abençoada, “Cidade Maravilhosa”.
O encarte do disco, produzido em papel reciclável, contem fotos maravilhosas de paisagens incríveis da cidade do Rio, “clicadas” com muita sensibilidade por Pedro Hungria e que deram um toque diferenciado e de grande qualidade ao trabalho.
 
Teve também a sorte e o privilégio de contar nas gravações com as participações especiais dos lendários e pioneiros da Bossa Nova, Roberto Menescal, João Donato e seu parceiro Lysias Enio e também a colaboração de Carlos Lyra. Nada mal, não é mesmo.
Da nova geração de nomes do gênero que gravaram com ele, destaque para as cantoras Cris Delanno, Barbara Mendes e Barbara Procópio, e mais Alex Moreira (do grupo Bossacucanova), David Feldman e o seu grande parceiro na produção e nos arranjos, Ronaldo Cotrim.
 
E, na cozinha, merecem destaque Eduardo Santana no trompete e flugelhorn e Naife “Naná” Simões na bateria e percussão.
Não deixe de escutar as versões inéditas em inglês de “Nós e o Mar” (de Menescal, contando com a participação do próprio), “Flor do Mato” (de Donato, também com a sua presença) e “Você e Eu” (com a letra inédita escrita em inglês pelo próprio compositor Carlos Lyra), além das surpreendentes “Fotografia” e “S`Wonderful”, ao lado de Manuel Guignard. E as suas inspiradas composições autorais “Leblon”, a faixa título “Sunset Monkeys”, “Canção da Lagoa” e “Mount Eliza”.
Bossa Nova feita por um estrangeiro de alma carioca.

 

 

Adam Dunning – “Glass Bottom Boat”

Lançado no início de 2013, o segundo CD do carismático e talentoso cantor, compositor e violonista “australioca” Adam Dunning, também é de alto nível e continua com a levada inspiradora da Bossa Nova.
Assim como o primeiro CD, foi gravado integralmente no Rio de Janeiro e lançado pelo selo australiano Sunset Club.
Ao ouvir o disco, podemos constatar a sua intensa paixão pelos oceanos, pelos locais da natureza onde o homem fica bem distante, pelas forças da natureza e com citações do amor, do sorriso e da flor, mantendo a tradição do gênero, hoje de caráter universal.
 
Trouxe de volta o padrinho Roberto Menescal, além das cantoras Cris Delanno, Barbara Mendes, e contou com as participações especiais do Quarteto Radamés Gnattali, do pianista Rafael Vernet, Glaucio Martins no saxofone e flauta, Gastão Villeroy no contrabaixo, Eugenio Dale no violão, Jose Staneck na harmônica entre outros talentosos convidados.
 
Selecionei os temas “The Amazonas”, de João Donato (que ganhou uma letra em inglês e um arranjo surpreendente) e as suas composições autorais “Is It Me?”, “Cabana”, a faixa título “Glass Bottom Boat (Into The Sea)” e “Kiss Of The Moon”, que ganharam um belíssimo arranjo de cordas e mais “Samba From The Sea”, “Never Really Know” e “Happy New Year”, comemorando a vida e mais um novo ano que se inicia.
Mais um trabalho de qualidade deste cantor e violonista surpreendente, que tem a Bossa Nova como referência e parte importante da sua vida.
Prova que a música é uma linguagem universal e tem o raro poder de aproximar as pessoas. Foi assim que conheci meu novo/velho amigo musical, Adam Dunning.

 

 


Postado em: 22/06/2015

 


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