4º BMW JAZZ FESTIVAL

4º BMW JAZZ FESTIVAL


4º BMW JAZZ FESTIVAL

Semana que vem, a cena do Jazz mundial se volta para as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e, pela primeira vez, fora desse eixo, em Belo Horizonte, com a realização da quarta edição do renomado BMW Jazz Festival, considerado como o maior festival do gênero no Brasil. São esperadas mais de 7.000 pessoas nessas cidades.

Tem no DNA a escola do saudoso Free Jazz Festival, criado pelas irmãs Gardenberg e conta com a Direção Artística de Monique Gardenberg e Curadoria conjunta do crítico e produtor musical Zuza Homem de Mello, uma das maiores autoridades do país sobre música e também dos produtores Zé Nogueira e Pedro Albuquerque.

Em São Paulo, o festival acontecerá de 29 a  31 de maio e o local escolhido foi o palco da casa de espetáculos HSBC Brasil, com capacidade para 4.000 pessoas e os ingressos podem ser adquiridos a partir de R$ 151,00. Em comparação a outros eventos similares, considero um valor até que bastante interessante.

O time de estrelas escalado para as apresentações é de primeira linha, começando pelo surpreendente e veterano cantor Bobby Mcferrin, homem das muitas vozes, timbres e incríveis improvisos, o genial e sempre inventivo pianista Ahmad Jamal, o jovem e virtuoso trompetista Chris Botti, o experiente contrabaixista Dave Holland, o também experiente saxofonista Kenny Garrett, além do grupo Snarky Puppy que mistura o Jazz, Funk americano (que nenhuma relação tem com o nosso, ainda bem) e Blues e da SpokFrevo Orquestra, da cidade do Recife, que mistura o Jazz com o Frevo (isso mesmo), para mim, a grande e agradável surpresa  do “line up” do festival.

Não preciso nem dizer que a procura pelos ingressos será intensa pelos inúmeros fãs de Jazz de todo o país e para nós, que estamos em Santos, uma boa pedida são as empresas de compra e venda de ingressos online, que nos oferecem comodidade e boas opções de lugares para acompanhar o festival.

Nas edições anteriores do Festival, nomes consagrados da cena jazzística também se apresentaram e merecem destaque: Joshua Redman (2011), Corea, Clark & White e Maceo Parker (2012), Pat Metheny, Esperanza Spalding, Brad Mehldau Trio, Egberto Gismonti, Joe Lovano & Dave Douglas (2013).

A cada ano, o festival vai ganhando corpo e qualidade, o que pode ser constatado na edição deste ano, uma das mais balanceadas e diversificadas, unindo várias escolas do gênero, que hoje tornou-se linguagem universal. E como imortalizou uma das canções mais conhecidas e executadas deste planeta, versão eternizada por uma das grande estrelas do Festival, o cantor Bobby Mcferrin, “Don't Worry, Be Happy”, traduzindo “não se preocupe, seja feliz”. E, curtindo o melhor do Jazz, música da emoção que aproxima e transforma a vida das pessoas, isso realmente é possível.
 

 
 

 

Leandro Braga Trio – “Fé Cega”

Para homenagear os 70 anos do cantor e compositor Milton Nascimento, o querido “Bituca”, o pianista arranjador e compositor Leandro Braga, um dos grandes discípulos do incrível pianista Luiz Eça, radicado na cidade do Rio de Janeiro desde o final da década de 80, nos presenteou com este belíssimo CD, o sétimo da sua carreira, lançado em 2013 pelo selo MP,B e produzido por Zé Nogueira.

Compôs suítes (composições instrumentais em vários movimentos) inspiradíssimas especialmente para o projeto, em reverência à sofisticação musical do homenageado. E, curiosamente, o repertório foi montado apenas pela memória do pianista, tendo como ponto de partida a música “Fé Cega, Faca Amolada”. São 13 músicas gravadas em suítes ou faixas isoladas, contando com 2 composições próprias e uma de Chico Buarque, o clássico “O Que Será”.

Participaram das gravações também os talentosos músicos Bruno Migliari, no contrabaixo, e Marco Lobo, na percussão, além do próprio Milton Nascimento, em “Beco do Mota” , a única faixa cantada do CD e que ele mesmo escolheu para interpretar.

A “Suíte 1” traz “Fé Cega, Faca Amolada”, “Maria Solidária”, “Noites do Sertão” e “Ponta de Areia” e é possível perceber uma forte ligação rítmica entre as faixas escolhidas.

Já a “Suíte 2” apresenta uma abertura e os temas “A Lua Girou”, “Encontros e Despedidas”, “Saudades dos Aviões da Pan Air”, “Cravo e Canela” e “Maria Maria”.

E a “Suíte 3” traz “Milagres dos Peixes” e “Nada Será Como Antes”.

O tema “Sonho de Juventude”, composição do pianista, encerra o CD de forma única e marcante, demonstrando, no seu estilo de tocar, uma aproximação espontânea entre o piano clássico e o popular.

Um disco absolutamente sentimental, apresentado por um dos grandes pianistas deste país, que habitualmente acompanha os maiores artistas da nossa MPB e que tem uma tocante afinidade com o genial Milton Nascimento.


 

 

Nancy Alves – “Bossambá”

Aqui está a prova de que a língua não é problema para unir culturas e gêneros musicais. Brasil e França foram revisitados e homenageados musicalmente pela cantora e pesquisadora Nancy Alves, que lançou, no ano de 2012, seu primeiro CD, distribuído pela Tratore.

Filha de pais cantores, a contralto paulistana tem um timbre marcante e sua vocação musical com certeza veio de berço, além da grande experiência adquirida na Big Band do saxofonista Roberto Sion, no grupo de Jazz “Sophisticated Ladies” e também em apresentações constantes realizadas em solo francês.

Participaram das gravações músicos excepcionais do quilate de Beto Bertrami (piano e teclados), João Parahyba (percussão), Rudy Arnaud (arranjos, produção e guitarra), Giba Pinto (contrabaixo), Dino Bari (arranjos e violão), entre outros.

Destaque para as releituras de “Le Petit Bateau” (O Barquinho), “Garde-Moi Pour Toujours” (Por Causa de Você), “Corcovado”, “Dis-Moi Comment” (Eu Te Amo), “Samba Sur Une Note” (Samba de Uma Nota Só), “Samba Savanah” (Samba da Benção), “Un Homme Et Une Femme”, “La Vie En Rose”, “Joana Francesa” e “Prét-à-Porter de Tafetá”.

Não se surpreenda, pois o ritmo brasileiro, cantado em francês, nos dá a impressão de ouvir uma brasileira na França ou uma francesa no Brasil. Tanto faz, pouco importa a ordem dos fatores, que deram, ao produto final, algo de muita qualidade.

Sambas, maxixes, versões dos clássicos da Bossa Nova, marchinhas, MPB, Jazz  e até músicas mais recentes tornam este CD muito especial. Com muita leveza, irreverência e criatividade, a interpretação da cantora Nancy Alves agrada aos nossos ouvidos desde o primeiro acorde.


Postado em: 19/05/2014

 


Comentários
Adilson Salvador
25/05/2014 22:11:48

Conheço os dois:- O CD e a cantora. Ambos tem uma grande qualidade. Muito bom gosto, além de enorme originalidade. Vale a pena conhecê-los! Há muito tempo acompanho a carreira desta moça que a cada dia que passa canta com mais segurança e mais garra. Não deixem de apreciar esta gravação.
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